Tentei uma
escrita próxima da oralidade, de fácil leitura, guardando palavras e formas de
dizer que são daqui. Quando foi possível, deixei soar a voz da pessoa a quem
ouvi referir tal ou tal coisa, colocando aspas ou fazendo discurso direto.
Sempre que há diálogos, a conversa é com a minha mãe. Escrevo, a partir de uma
situação particular que é a minha, a de uma família pobre que vivia com
dificuldades.
Por fim,
dizer que, por se tratar de memórias, não há imaginação, mas há inevitavelmente
lacunas, coisas que faltam, e também há imprecisões, coisas que não foram
exatamente como as relatei. Por isso, considero
o texto aberto ao contributo de todos os que quiserem colaborar, ajudando a
melhorar e a completar ou relatando factos e situações na primeira pessoa, a
incluir noutro ponto.
Os textos
estão organizados por temas, em capítulos e subcapítulos, desenvolvendo-se, por
relação e associação dos assuntos referidos e numa ordem temporal, de janeiro a
dezembro, a não ser que sejam coisas que ocorrem em todo o tempo e, nesse caso,
coloco-as no início.