terça-feira, 6 de agosto de 2019

Dever de memória (2)


Pode dizer-se que a vida do país começou a mudar, a partir do 25 de Abril de 1974; todos começaram a perceber o que significava viver em democracia, ter direitos, a importância de votar, de eleger representantes, a noção de justiça..., com notórios reflexos em todo o lado e em toda a gente, e aqui também. No entanto, talvez o acontecimento com maior relevância tenha sido a emigração dos anos sessenta. Foi uma coisa boa, desde o início, para quem partiu e também para quem ficou. Todos lucraram, passou a haver terrenos disponíveis, que antes não havia, à renda ou emprestados.
Havia emigrantes que diziam a familiares, vizinhos ou amigos: “Podes andar nos nossos “chões”, podes apanhar as castanhas dos nossos soitos, podes ir à lenha que é nossa...”. A partir daí, mesmo para os que nunca saíram, poucos, a vida modificou-se muito e para melhor. Passados uns anos, foram ainda os emigrantes, com a construção das casas, que deram trabalho nas obras a muitos homens daqui e de fora.

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