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domingo, 15 de março de 2020

Árvores de todos - a amoreira




A amoreira 



Ficava ao fundo do adro, quase no meio da estrada que ia para o Quinta do Clérigo e do caminho que ia para o Vale de Igreja. Lá esteve, anos e anos, até atingir aquela altura e aquela quantidade de ramos. Foi arrancada, quando arranjaram a estrada, lá pelos finais dos anos oitenta. Dava muitas amoras, mesmo que os miúdos começassem a comê-las, ainda, meias verdes, as que sobravam tinham tempo de ficar maduras, doces e saborosas.
Parece que cresceu já com a intenção de ser de toda a gente, com um tronco grande, alto, mas fácil de subir. Também, tinha ramos fortes, uns mais altos, outros mais baixos, para que, em segurança, todos pudessem comer amoras, à vontade. Havia crianças, rapazes e raparigas, que, no tempo das amoras, todos os dias, subiam à amoreira. As mãos fincavam tingidas, a roupa igual, mas isso não importava.
Quando já havia menos gente, muitas amoras caiam no chão, pareciam um tapete negro, de tantas que eram e de tão maduras que estavam!

As árvores de todos - as cerdeiras

Havia várias cerdeiras e uma amoreira que eram públicas, quem quisesse podia subir e colher os frutos.

As cerdeiras


Havia cerdeiras públicas, na Fonte Velha, quando se ia para as hortas, e junto ao adro da igreja, no caminho que ia para a Quinta do Clérigo. Algumas eram árvores grandes, difíceis de subir, só os rapazes mais fortes subiam sem dificuldade. As cerejas nem chegavam a amadurar, começavam a comê-las, mal começavam a pintar; depressa se acabavam. Às vezes, só já se viam cerejas, nas pontas dos ramos mais altos; mas, mesmo a essas arranjavam maneira de lá chegar, com uns galhos, que tivessem um gancho na ponta, puxavam os ramos para baixo e colhiam as cerejas.