quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Ditados populares

• Não venha ao corpo, o que ele pode aguentar. • Tuas janelas fecharás e teus vizinhos louvarás, se quiseres viver em paz. • Quem não tem cabeça, não precisa de carapuça. • Diz-me com quem viveste, digo-te o que aprendeste. • Quem tudo quer, tudo perde. • Vale mais um pássaro na mão, do que dois a voar. • Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele. • Não podemos ter sol na eira e chuva no nabal. • Fevereiro quente traz o diabo no ventre. • Abril águas mil, as que caibam num barril. • Junho, foice em punho. • Quem malha em agosto, malha com desgosto. • Pelo São Martinho baldeia o teu soito e prova teu vinho. • Quem não trabuca, não manduca. • Mais vale só, do que mal-acompanhada. • Nem oito, nem oitenta • Quem guarda acha, quem poupa tem. • Quem tem telhados de vidro, não atira pedras. • Quem não se sente, não é filho de boa gente. • O que é barato, sai caro. • O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. • Água mole em pedra dura tanto dá até que fura. • Não é pela tigela, mas pelo que vai atrás dela. • Água na mesa, sinal de tristeza. • A cavalo dado, não se olha o dente. • Por causa dos santos, beijam-se as pedras. • Só sabe o que está na panela, quem mexe nela. • Quando a esmola é grande, o santo desconfia. • Quem corre por gosto, não cansa. • Mal vai à corte, onde o boi velho não tosse. • Vês as barbas do vizinho a arder, põe as tuas a amolecer. • Só se lembram de Santa Bárbara, quando ouvem as trovoadas. • Abalam os gatos, entendem-se os ratos. • A galinha da vizinha é sempre maior do que a minha. • Quando se fecha uma porta, abre-se sempre uma janela.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Ditados Populares

Ditados populares Os ditados são um saber popular que os mais velhos têm e ainda usam, nas suas conversas e nas suas vidas. Têm muito a ver com atitudes e com comportamentos, com o que devemos fazer e com o que nos devemos importar. Nunca ouviste dizer... • Não anda o pião, sem a baraça. • O comer e o ralhar, a demora está no começar. • Filho és pai serás, como fizeres assim acharás. • Gato escaldado, da água fria tem medo. • Não perde o ano, o que perde o dia ou o mês. • Não faças aos outros, o que não queres que não te façam a ti. • Não faças mal, à espera de encontrar bem. • Deus dá o frio, conforme as mantas. • Quem mal não faz, mal não pensa. • Sol que muito madruga, pouco atura. • A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima. • O diabo é tão cego, que se mete na igreja. • Quem se assoldada ao São Miguel, não é senhor de si quando quer. • A quem morre porque quer, não se lhe reza pela alma. • Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso. • Um bocado de pão, não se nega a ninguém. • Quem não poupa a água e a lenha, não poupa mais nada que em casa tenha. • Quem o feio ama, bonito lhe parece. • Não deixes para amanhã, o que podes fazer hoje.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Contos tradicionais - A raposa e o lobo

12. A raposa e o lobo Era uma vez uma raposa que se encontrou com um lobo no campo, ambos, a espreitar um rebanho de ovelhas. Resolveram unir esforços para atacar o rebanho e conseguirem apanhar, pelo menos, um borrego. Foram tão bem-sucedidos que em vez de um apanharam dois: um foi comido, logo, ali; o outro foram-no enterrar, no pinhal mais próximo, com o rabo de fora, para não perderem o sítio e poderem comê-lo, no dia seguinte. No outro dia, o lobo foi a casa da raposa e disse-lhe: - Vamos comer o borrego que enterrámos? - Hoje não posso, tenho o batizado de um afilhado que se chama “Comecei-te”. Fica para amanhã. No segundo dia, a mesma desculpa: - Hoje, não posso, tenho o batizado de um afilhado que se chama “Mediei-te”, fica para amanhã. Ao terceiro dia, o mesmo: - Hoje não posso, tenho o batizado de um afilhado chamado “Acabei-te”. Combinaram, então, para o dia seguinte, irem os dois comer o borrego que tinham enterrado. Quando estavam a chegar perto, a raposa fingiu que tinha um espinho num pé e disse ao lobo: - Vai tu à frente, desenterra o borrego, que eu já vou. Assim foi; pensando que o borrego, ainda, estava lá inteirinho, como o tinham deixado, puxou com muita força, caiu, logo, para trás e ficou com o rabo na mão. A raposa começou a rir: - Percebes agora os nomes que eu dei aos meus afilhados? “Quem é que pode confiar em espertalhonas destas” – pensou o lobo. Quando alguém nos dá desculpas que parecem mentiras, a melhor coisa é desconfiar e procurar saber a verdade.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Contos tradicionais - A raposa e a cegonha

 

11. A raposa e a cegonha

Era uma vez uma raposa que se julgava mais esperta do que outro qualquer animal da floresta. Um dia, encontrou-se com a cegonha e convidou-a a jantar em casa dela. A cegonha aceitou o convite e no dia marcado lá estava em casa da raposa.

A raposa fez papas para o jantar e colocou-as num prato largo e pouco fundo. A pobre cegonha, como tem um bico comprido, não conseguiu comer nada, picava, mas não conseguia apanhar nada com o bico.

Depois do jantar, não se deu por achada, despediu-se, agradeceu o jantar e convidou também a raposa para ir lá jantar a sua casa. A raposa aceitou o convite e no dia combinado lá estava na casa da cegonha.

A cegonha também fez papas para o jantar, mas meteu-as numa garrafa de gargalo estreito. A raposa não pode comer, não conseguia meter a língua no gargalo da garrafa, só apanhava os restos que caiam do bico da cegonha.

A raposa ficou aborrecida, mas entendeu a lição: não é só ela que é esperta, a cegonha também é esperta e pagou-lhe com a mesma moeda. Quem faz mal, não pode esperar bem.

 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Contos tradicionais - A lenda das rosas

  

10. A lenda das rosas      

Era uma vez uma rainha muito bondosa, casada com o rei D. Dinis (no tempo em que foi construído o castelo do Sabugal), que todos os dias saia do seu palácio para distribuir dinheiro pelos pobres.

Um dia o rei, estranhando as saídas da rainha, sempre escondendo alguma coisa no regaço, perguntou-lhe:

- O que levais no regaço, senhora? São esmolas para os vossos pobres?

- Não, meu senhor. São rosas; rosas colhidas no jardim.

A rainha abriu o manto e, em vez de moedas, começaram a cair rosas do seu regaço. A partir desse dia, o povo chama, ao que aconteceu, o milagre das rosas e à rainha, a rainha Santa Isabel.