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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Registos escritos do século XIX



Em casas do povo 




Casas antigas reconstruídas da Rua do Meio 
Em casas existentes no povo, é possível ver inscrições de data do  século XIX. A rua do Meio é a que apresenta inscrições mais antigas. 


No livro: «Portugal Antigo e Moderno» 


Noutro livro que consultei: Portugal Antigo e Moderno (1873), Volume I, de Pinho Leal, Águas Belas é uma freguesia do concelho de Sortelha, da comarca da Covilhã e da província da Beira Baixa; a 24 Km da Guarda e a 300 Km de Lisboa, com 130 fogos. Pertencia ao distrito administrativo e ao bispado da Guarda[1].

Se compararmos os dados, com os do inquérito de 1758, vemos que, em pouco mais de cem anos, a freguesia passou de 81 para 130 fogos/famílias, um importante aumento da população.



[1] Ressalvar que este livro apresenta notórias imprecisões, por exemplo, diz que a padroeira da igreja é a Imaculada Conceição; em relação à distância até à Guarda, também não parece correto, a não ser que se refira ao limite da freguesia (Vale Mourisco).

domingo, 17 de novembro de 2019

O Marquês de Arronches foi senhor das terras da freguesia de Águas Belas

 D. Henrique de Sousa Tavares  (1626- 1706), 1º Marquês de Arronches, também 3º Conde de Miranda do Corvo e 28º Senhor da Casa de Sousa (wikipedia).

Portanto, a partir de 1677, as famílias que aqui viviam seriam “caseiros” que tinham “à cabeça” esse Marquês de Arronches. Quem era este senhor? Porque é que o rei lhe deu as terras da freguesia? O que fez para desenvolver o povoamento? Foram suas até quando? Como foi feita a divisão das terras? Por que é que uma família (a do senhor Saldanha) tinha mais do que o resto da população? E a existência dos baldios, deve-se a quê?
Só uma pesquisa histórica rigorosa, com acesso a fontes, poderia clarificar algumas destas questões e outras, por exemplo, saber o que se passou do século XIII ao século XVII, nomeadamente, em relação à posse das terras; se voltam a ser doadas no século XVII, é porque, em alguma altura e por alguma razão, voltaram para a coroa.


sábado, 16 de novembro de 2019

Respostas do Pároco de Águas Belas ao inquérito de 1758


Sobre o forte  do Roduto 


Neste mesmo livro, refere-se, ainda, que Águas Belas. “Tem um forte a que chamam Roduto, aonde se recolhem quando há alguma invasão de inimigo que está em parte arruinado e caído” (p. 324). Quem era o inimigo não é dito, mas sabe-se que foi o período das invasões francesas, talvez, por aqui, tenham andado soldados franceses a combater. Deste forte, não chegou, até nós, qualquer vestígio, no entanto, existe o sítio da Reduta, bastante próximo da povoação.


Sobre  a pertença  ao concelho de Sortelha até 1855  


Castelo de Sortelha
Águas Belas pertenceu ao concelho de Sortelha, até 1855. É possível ler, na carta de foral deste concelho (p. 226): “Águas Belas. Goza dos privilégios que gozam os caseiros encabeçados do Regedor, Governador e Desembargadores da Suplicação, concedidos por D. Pedro II, Regente em 1677, ao Marquês de Arronches, senhor desta terra, sendo governador do Porto (Águas Belas, c. Sabugal)”; “Águas Belas. «Tem juiz anual espadano ou da vara eleito e aprovado pela câmara de Sortelha...”.

sábado, 9 de novembro de 2019

Respostas que o Pároco de Águas Belas deu ao Inquérito de 1758


Sobre a paróquia            



O então prior de Águas Belas, António Baptista da Guerra, na resposta a esse inquérito, fornece diferentes informações: “aqui viviam 81 famílias/fogos; 196 pessoas com confissão e comunhão; 39 de confissão somente; 60 pequenos que ainda não se confessam (p. 193). No total, seriam 295 pessoas na freguesia de Águas Belas. O prior tem de côngrua de 160.000 a 180.000 réis, entre frutos certos e incertos (p. 241); a igreja matriz pertence ao Marquês de Arronches, senhor destas terras (p. 324).

Sobre a igreja e capelas          



São assinalados os cultos ao Menino Jesus, a Santa Maria Madalena, a padroeira da igreja, e à Senhora do Rosário (p. 270-271); e a existência da confraria de Santa Maria Madalena (p. 295) e da irmandade das Almas (da Senhora do Rosário). 
São referidas, também, duas capelas, São Salvador e São Sebastião. Portanto, as capelas de cá e de Vale Mourisco já existiam, nessa altura; as capelas da Senhora do Carmo, na Quinta do Clérigo, e a de São Marcos, no Espinhal, são posteriores a esta data.






quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Registos escritos dos séculos XVII e XVIII

O que se pode dizer com certeza é que em 1614 já existia como paróquia, nesse ano foram registados batismos, casamentos e óbitos.


Século XVII           


No livro: Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais (1993), Vol.1, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, relativo a Águas Belas, o primeiro registo é de 1614 e o último de 1886[1]. A partir desta data, os registos paroquiais, referentes a Águas Belas, fazem parte do Arquivo Distrital da Guarda, do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, estão digitalizados, com referência online e possibilidade de serem consultados.

Século XVIII           


O livro que nos dá maior informação é: As freguesias do Distrito da Guarda nas Memórias paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, publicado há pouco tempo (2013)[2]. Sabemos que, no ano de 1758, os párocos de todo o país responderam a um amplo e detalhado inquérito sobre as suas freguesias, a pedido do Marquês de Pombal (o 1º ministro do rei D. José), para conhecer como eram as terras, quem as habitava, do que viviam, o que cultivavam, como se defendiam, que cultos e devoções tinham... (pp.171-172).



[1] Estão disponíveis para consulta em microfilme. Mas, dado o estado em que estavam as páginas, manchadas e deterioradas, não consegui, mesmo tendo percorrido todo o documento, ler de modo a poder falar, com certeza, do que lá estava escrito. Posso dizer como curiosidade que encontrei legível, em 1699, um batizado de uma menina de Vale Mourisco, Maria, filha de Manuel Nabais e de Isabel da Costa. Outros apelidos de famílias legíveis são: Lopes, Matias, Gonçalves, Pina, Luís, Jorge, Antunes e Santos. Mas, haverá outros, com toda a certeza.

[2] Este livro está disponível online, colocando o título no Google, acede-se de imediato.


terça-feira, 5 de novembro de 2019

No século XIII, já existia Ágoas Bellas

No livro II das Inquirições do rei D. Dinis, que recolhem dados da Beira e Alto Douro, existe a referência a Ágoas-Bellas, na p.33 (que reproduzo abaixo). Mas, tratando-se de um português antigo, não podemos saber o que lá está escrito. Tomo por boa, a tradução de um pequeno excerto dessa página que encontrei num blogue sobre as freguesias portuguesas. 

Alguns dados históricos

 
Página 33 do livro II das Inquirições do rei  D. Dinis 

Diz o seguinte: 
“O concelho de Sortelha deu em tempo de El-Rei dom Sancho, tio deste rei (D. Dinis), a dom Ponço, herdamento que lavrassem seis juntas de bois, em aquele lugar hu ora (onde agora) hé Águas Belas; e ele foi acrescentado, de guisa (maneira) que fez hi essa aldeia”. 
Trata-se do rei D. Sancho II que reinou de 1223 a 1248; e portanto, o início de Águas Belas começa neste período, quando são dadas, ao tal Dom Ponço[1], terras equivalentes ao que seis juntas de bois poderiam lavrar (não parece muito), mas é, a partir daqui, que as terras deixam de pertencer à coroa e a aldeia se vai formando.



[1] Tentei, numa das minhas idas ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, saber quem era este senhor, mas não consegui nenhuma informação.