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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A ausência de apoio social




Nenhuma ajuda do Estado



Não havia nenhum apoio, nenhuma ajuda; o Estado não dava nada a ninguém, era mais fácil tirar do que dar. Não havia reformas, nem assistência médica, nem abonos de família..., se alguém ficasse doente e precisasse de ser internado no hospital, a família tinha de arranjar atestados, da junta de freguesia e da câmara municipal, a dizerem que era pobre, que não tinha posses para poder pagar as despesas.



Mortes por falta de assistência  



A saúde era uma miséria, muitas pessoas, nasciam e morriam sem ir ao médico; havia três médicos de clínica geral no Sabugal, para o concelho todo, mas era preciso pagar a consulta e comprar os medicamentos, tudo por conta própria. Quantas e quantas vezes, as pessoas tinham de pedir dinheiro emprestado para irem ao médico. Se havia uma doença grave numa casa, quase sempre se arruinava a vida daquela família. Muitas mortes eram por falta de assistência. Havia viúvas que ficavam com quatro, cinco ou mais filhos, nos braços, sem saberem como iriam governar a vida delas.


A primeira ajuda só nos anos setenta  




O primeiro apoio foi dado pelo governo de Marcelo Caetano, no início dos anos setenta, altura em que abriu a Casa do Povo no Sabugal, os trabalhadores rurais passaram a inscrever-se numa espécie de segurança social. Tenho ideia de que a primeira prestação que deram aos trabalhadores rurais, com mais de setenta anos, que nunca descontaram, foi de cem escudos, cinquenta cêntimos do dinheiro atual. É tal o abismo, entre esse tempo e o que vivemos, hoje, que custa a acreditar.