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sábado, 18 de janeiro de 2020

O sino, os diferentes toques...



O sino da igreja


A torre sineira 

A igreja tem uma pequena torre com um sino, aonde se sobe por uma varanda. O toque do sino era muito importante, nesse tempo, em que quase não havia relógios; tocava-se não apenas para a missa e outras rezas, mas também para as crianças saberem que era hora de irem para a escola e sempre que se queria juntar o povo, para tratar de qualquer assunto que fosse do interesse de todos.

Tocar à missa

Nas missas do domingo, havia três toques, ainda hoje é assim: a primeira, uma hora antes; a segunda, meia hora antes; e três badaladas, mesmo antes de começar. Nas missas dos dias de semana, tocava-se só uma vez.

Tocar às Avé-Marias

Logo de manhã cedo, antes do sol nascer, tocavam às Ave-marias: - olha que já estão a tocar às Ave-marias, levanta-te, põe-te a pé” – diziam muitas vezes as mães e os pais aos filhos.
Tocavam três badaladas seguidas, depois faziam uma pequena paragem, repetiam mais duas vezes e no final tocavam um bocadinho seguido, nove ou dez badaladas, mais ou menos.
Rezavam-se três Ave-Marias:
- O Anjo do Senhor anunciou Maria e ela concebeu pelo poder do Espírito Santo, Ave- Maria.
- Eis, aqui, a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a Vossa Palavra, Ave-Maria.
- O Verbo Divino encarnou, fez-se homem e habitou entre nós, Ave- Maria.

Tocar às Trindades

Era o mesmo toque das Ave-Marias e a mesma reza. Tocava-se às Trindades junto ao escurecer, depois do pôr-do-sol; quando se ouvia tocar às Trindades, sabia-se que era hora de deixar a lida do campo e de regressar a casa.

Tocar a sinais

É um toque diferente. Toca-se uma badalada, espera-se um momento e tocam-se mais duas badaladas, repete-se esta sequência duas vezes seguidas, se for mulher, e três vezes se for homem; depois faz-se um intervalo e repetem-se os sinais as vezes que se achar bem.
Quando morriam anjinhos, bebés e crianças pequenas, também tocavam sinais, mas o toque era diferente.

Tocar de aflição

Quando havia um fogo (incêndio), um animal caía para um poço, um carro de vacas se virava num caminho ou numa ribanceira ou em outra qualquer aflição que houvesse no povo, tocava-se o sino a rebate, muito depressa, sem parar.
Quem ouvia sabia logo: - alguma coisa aconteceu!
Estivessem onde estivessem, em casa ou nos campos, todas as pessoas vinham ver o que passava e acudiam.

O relógio do sino

Durante muito tempo houve um relógio que, por um sistema de altifalante, colocado na torre da igreja, dava as horas e assinalava as meias e os quartos de hora.
O relógio continua na igreja, está a um canto numa das paredes da capela-mor, mas já não dá horas para o povo.[1]



[1] O relógio da igreja foi oferecido pelas senhoras: Maria Silvina e a sua irmã Antónia.