As
irmandades
Havia as Irmandades
das Almas e do Sagrado Coração de Jesus. Era costume os homens assentarem-se
nas irmandades, pagavam uma pequena contribuição e tinham direitos e também
deveres de todos os irmãos dessa Irmandade.
Por exemplo,
se morria um irmão, em Vale Mourisco ou noutra anexa, a irmandade das Almas
tinha de ir lá, com as insígnias, a representar a irmandade. Também, mandavam
dizer missas pelos irmãos que faleciam e pelos já falecidos, para além da missa
das almas, todos os meses. No final, de cada ato da Irmandade, faziam a chamada
– as mulheres podiam substituir os homens, mas quem faltava pagava, uma pequena
esmola.
Cada
irmandade tinha as suas insígnias, bandeiras, cruzes, lanternas e opas. Quando
passou a haver menos gente, tornou-se impossível manter as irmandades como
existiam e foram acabando; agora, distribuem as opas aos homens que estão e são
eles que levam as insígnias, seja nos enterros, seja noutros atos religiosos.
A Associação
da Sagrada Família
É uma
tradição muito antiga, cá no povo; andava pelas casas a imagem de uma Sagrada
Família que agora está na capela. Foi interrompida, durante alguns anos, e
retomada depois com a imagem de uma Sagrada Família mais pequena.
Cada mês,
visita a casa das pessoas; recebe-se num dia à noite e entrega-se a outra
pessoa, no dia seguinte, também, à noite. Todas as pessoas têm um livrinho,
para fazerem as orações de chegada e de despedida da Sagrada Família; durante a
noite, nunca se deixa às escuras, tem-se sempre uma luz a alumiar. Costuma
dar-se também uma esmola que se coloca no sítio próprio. Estas esmolas são para
mandar dizer missas pelas intenções de todas as pessoas associadas.
A Associação
tem uma zeladora que toma conta das esmolas e se encarrega de mandar dizer as
missas.