Neste blogue, vou escrever sobre Águas Belas, deixando memória de um tempo que já não existe, mas que temos a obrigação de não esquecer. Dedico-o à minha mãe, sem o saber dela, o que escrevi não teria sido possível, e a todas as pessoas de cá, andem por onde andarem.
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domingo, 16 de fevereiro de 2020
A cantina escolar
A escola
A escola
A primeira escola
foi na praça, no tempo da senhora professora Andrade, as pessoas mais antigas,
ainda, se recordam. Depois, foi construída a escola que hoje existe, embora
desativada, há muito, por falta de alunos. Foi construída naquele sítio, por
causa das crianças do Dirão da Rua que vinham cá à escola, sempre ficava um
bocadinho mais perto.
É uma escola
do plano centenário (um modelo de construção do Estado Novo para edifícios
escolares, por muitos lados, há escolas iguais a esta, neste caso, com uma sala
de aula, um telheiro, duas casas de banho, uma para os alunos e outra para a
professora (mas sempre fechadas, porque não havia água canalizada), um campo de
recreio murado e um portão de entrada.
A sala de aula
A sala de
aula com três ou quatro filas de carteiras, de madeira, antigas, ainda,
daquelas que tinham tinteiros, na parte de cima, onde se sentavam duas
crianças; uma secretária e uma cadeira para a professora; na parede da frente,
um quadro preto, ao fundo da sala, um armário com livros e a um canto um fogão
a lenha que, no inverno, é impossível estar-se sem aquecimento.
Por cima do
quadro, havia uma cruz e dois quadros, um com o presidente da república e o
outro com o presidente do concelho (no meu tempo, eram o Américo Tomás e o
Salazar). Todos os dias, quando chegávamos à escola, antes de começar a aula,
rezava-se e cantava-se o hino nacional. A seguir ao 25 de Abril, esta prática
terminou, tiraram-se, das escolas, a cruz e as fotografias dos presidentes.
Os meninos do Dirão-da-Rua
Quero aqui
homenagear estas crianças que faziam mais ou menos três quilómetros de manhã e
outros tantos à tarde para virem à escola, chovesse, fizesse sol, houvesse frio
ou calor. Pode imaginar-se a situação difícil em que o faziam, sempre a pé, com
a sacola dos livros às costas e, muitas vezes, ainda, com o saco da
merenda.
Apesar
destas condições, não facilitarem o aproveitamento escolar, havia bons alunos.
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