terça-feira, 21 de julho de 2020

O minério no baldio do Brejo (2)

 Era assim o minério (volframite)

O minério do Brejo

Uma vez, ainda nem a gente sabia bem o que era aquilo, além para o cimo do povo, num terreno baldio, no Brejo, descobrimos lá minério, eu e as que andavam comigo. Não dissemos nada a ninguém, mas, lá desconfiaram e, claro, como era um terreno baldio, juntou-se lá a gente toda e o minério acabou num instante.
- Como é que sabiam que era minério?
- Sabia-se logo; quando havia aqueles grãozinhos muito negros, era minério. Às vezes, era muito bastinho…, o pior foi que logo se acabou. Se fosse numa tapada particular, podia-se combinar com o dono, mas num baldio não, enquanto lá houve alguma coisa, toda a gente aproveitou.
- Andou noutros lados?
- Andei, o minério aparecia em qualquer lado; na Lameira, não era fundo, levava-se uma enxada e um alguidar e já se trazia minério. Para o Chão de Henrique, havia muito minério e para Malhadinha, também, mas esse não era bom, tinha muito “vermelho”, era difícil para se apartar. Na Moita, havia, mas era muito fundo, ali são terrenos fundeiros, era preciso umas poças grandes, com seis ou sete metros de fundura e duas pessoas a baldeá-lo; fazia-se um andaime ao meio, uns iam lá para o fundo a deitar pás de terra para o andaime e os outros do andaime para fora. A terra que saía do poço era toda lavada num “rolho”.

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