Os bailes
Havia bailes
com concertina, em dias assinalados: Carnaval, Páscoa, São João, dia da
inspeção militar, bicas, dias de festa e noutros dias; havia alturas, que todos
os domingos havia baile. Havia cá dois tocadores, o senhor Aníbal e o senhor
Clemente, mas também vinham tocadores de outras terras.
Dançava-se
ao fundo do povo, mas a maior parte das vezes, era no largo da capela, ao fundo
das escadas do ti João da Costa ou atrás da capela.
A
ronda
Nessa
altura, os bailes eram à tarde e à noite. Quando chegava o tocador, os rapazes
da malta davam logo umas voltas ao povo, a anunciar que o baile ia começar. Às
vezes, podiam começar poucos, mas, no fim da ronda, era já uma “maltinha”
grande; eram só rapazes, as raparigas não andavam à ronda. Nos dias de festa,
havia sempre um foguete ou outro que alguém, dos da ronda, deitava.
Chamar
as raparigas
Antigamente,
os rapazes iam às casas, a seguir à ceia, chamar as raparigas para o baile. Se
não as fossem chamar, os pais não as deixavam ir de noite, a não ser que
tivessem irmãos mais velhos. Era uma espécie de responsabilidade:
- Deixa ir a sua filha para o
baile?
. Deixo-a ir, porque tu a vieste
chamar. Mas vê lá, não quero que aconteça nada de mal.
- Fique descansado.
Este uso acabou
há muito tempo.