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domingo, 24 de maio de 2020

Árvores de fruto - o castanheiro


As árvores de fruto          

Não existiam pomares, mas, junto às paredes, ao cimo ou ao fundo dos chões, havia árvores de fruto: macieiras, pereiras, cerejeiras, figueiras, abrunheiros…Como o clima é mau, no outono, começa logo cedo a arrefecer, muitas árvores de fruto não se dão cá; e das que se dão, nem sempre os frutos chegam a “amadurar” como deve ser.

 O castanheiro

Havia muitos soitos, cheios de grandes castanheiros. A castanha era uma fonte de riqueza, para quem tinha muita, claro. Vendia-se bem, apanhavam-na os negociantes; daqui, ia de comboio para Lisboa e depois de barco “para fora”, diziam que ia para o Brasil.
Era um alimento importante. Na altura das castanhas, comiam-se assadas e cozidas; havia, também, quem as secasse no caniço; muitas vezes, viam-se pessoas na rua a roer castanhas secas.
Os castanheiros antigos secaram quase todos, por causa de uma doença que lhes deu; agora, já volta a haver castanhas, são soitos novos, parece ser outra qualidade de castanheiros, mais pequenos do que os de antes.

O rebusco

Há um ditado que diz: “Dia de São Martinho baldeia o teu soito e tapa o teu vinho”. O soito não passava a estar baldio, mas, a partir desse dia, os donos deixavam as pessoas ir ao rebusco. Toda a gente podia ir ao rebusco das castanhas; mas, ia mais quem não as tinha.
Alguns donos dos soitos deixavam, ainda, muito por apanhar, havia ouriços no chão cheios de castanhas; outros andavam à pressa a apanhar tudo, antes do dia do rebusco, ia-se lá e pouco ou nada se encontrava, estava tudo “rebuscadinho”.