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sexta-feira, 19 de março de 2021

A Volta dos Reis (2)

 

A entrada de Nossa Senhora

A imagem de Nossa Senhora que percorria e ainda percorre as casas é um quadro que um dos mordomos leva ao pescoço, por cima de um pano de linho branco, uma toalha antiga.

Já se está à espera de Nossa Senhora, com a porta aberta e todas as pessoas da casa preparadas para a beijarem e receberem a bênção. Os mordomos começam a oração:

- Nossa Senhora entre nesta casa!

E as pessoas da casa respondem: - Nossa Senhora é quem cá queremos.

- Nossa Senhora lhes dê boas festas espirituais e temporais.

- E os senhores que tragam as mesmas.

Beija-se a Santinha, dá-se uma esmola e os mordomos deixam cigarros. Foi assim a promessa e essa tradição ainda hoje se cumpre.

As esmolas recolhidas, durante muito tempo, eram produtos agrícolas – feijão, milho, centeio, azeite… - mas, foram sendo diferentes conforme os tempos, agora, só dão dinheiro. Antes, o azeite servia para alumiar o Santíssimo Sacramento durante todo o ano; hoje as esmolas são entregues ao tesoureiro da igreja e destinam-se a despesas gerais.

terça-feira, 16 de março de 2021

Outras tradições religiosas: A Volta dos Reis (1)

 Costumes relacionados com a religião, mesmo que tenham alguma parte não religiosa.

 

A Volta dos Reis   

É uma tradição religiosa que se perde nos tempos. Há uma lenda que se conta e, como em todas as lendas, não se sabe até que ponto corresponde ou não à verdade. Dizia-se que todos os anos, nestas terras, desaparecia uma rapariga donzela. A última terá sido uma jovem que foi à fonte buscar água e, sem se saber bem como, desapareceu sem deixar rasto. Procurada por todo o lado, nunca mais ninguém a viu.

Com a intenção de acabar com estes desaparecimentos misteriosos, o povo fez uma promessa: dar todos os anos, por altura da festa dos Reis Magos, a 6 de janeiro, uma volta pelas terras de onde já tinham desaparecido raparigas. A volta dos Reis, assim chamada, percorre, durante dois dias, várias localidades.

No primeiro dia: Sobreira, da freguesia de Pousafoles; Quinta da Retorta, da freguesia de Penalobo; Quinta do Clérigo, da freguesia de Águas Belas; Quarta-feira e Dirão da Rua, da freguesia de Sortelha.

No segundo dia: a volta inicia-se no Espinhal, depois, Vale Mourisco e, por fim, Águas Belas, aqui, na freguesia, a volta é dada depois da Missa dos Reis, com a santinha – é um quadro com a imagem de Nossa Senhora do Rosário – a assistir à missa, no seu altar.

Durante muitos anos eram três mordomos: um de Águas Belas, o mordomo da igreja; um de Vale Mourisco; e alternadamente um mordomo ou do Espinhal ou da Quinta do Clérigo. A certa altura, deixou de se poder contar com o mordomo de Vale Mourisco, passando a ser só dois os mordomos da volta, ainda que cada um leve um acompanhante.