A açude de que fala o texto já não existe. Imagem da açude num dia de novembro de 2019 |
Há muito tempo atrás, diz-se que as pessoas iam de noite guardar a água de um açude que servia para regar os campos lá para os lados da Lameira, da Barbeira e de todos esses chãos, chamados os “chões” da Açude.
Guardar a
água de noite, era “velar a água”, ficar de vela, sem dormir, para guardar a
vez, à espera que fosse dia e se pudesse começar a regar. Da expressão “águas
velas” surgiu a designação “águas belas”, apenas, a troca do v pelo b.
Já mais
perto de nós, a água do açude continuou a ser dividida pelos donos dos terrenos
– a chamada água de adua – conforme a quantidade de terra que cada pessoa
tinha. Quem tinha mais terra, ficava com mais dias de água, quem tinha menos,
ficava com menos dias e quem tinha só uma “sortinha”, podia ficar só uma manhã
ou uma tarde.