Mostrar mensagens com a etiqueta Povoação. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Povoação. Mostrar todas as mensagens

domingo, 24 de novembro de 2019

A lenda do topónimo de Águas Belas

A  açude de que fala o texto já não existe. Imagem da açude num dia de novembro de 2019 

Há muito tempo atrás, diz-se que as pessoas iam de noite guardar a água de um açude que servia para regar os campos lá para os lados da Lameira, da Barbeira e de todos esses chãos, chamados os “chões” da Açude.
Guardar a água de noite, era “velar a água”, ficar de vela, sem dormir, para guardar a vez, à espera que fosse dia e se pudesse começar a regar. Da expressão “águas velas” surgiu a designação “águas belas”, apenas, a troca do v pelo b.
Já mais perto de nós, a água do açude continuou a ser dividida pelos donos dos terrenos – a chamada água de adua – conforme a quantidade de terra que cada pessoa tinha. Quem tinha mais terra, ficava com mais dias de água, quem tinha menos, ficava com menos dias e quem tinha só uma “sortinha”, podia ficar só uma manhã ou uma tarde.



quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Registos escritos do século XIX



Em casas do povo 




Casas antigas reconstruídas da Rua do Meio 
Em casas existentes no povo, é possível ver inscrições de data do  século XIX. A rua do Meio é a que apresenta inscrições mais antigas. 


No livro: «Portugal Antigo e Moderno» 


Noutro livro que consultei: Portugal Antigo e Moderno (1873), Volume I, de Pinho Leal, Águas Belas é uma freguesia do concelho de Sortelha, da comarca da Covilhã e da província da Beira Baixa; a 24 Km da Guarda e a 300 Km de Lisboa, com 130 fogos. Pertencia ao distrito administrativo e ao bispado da Guarda[1].

Se compararmos os dados, com os do inquérito de 1758, vemos que, em pouco mais de cem anos, a freguesia passou de 81 para 130 fogos/famílias, um importante aumento da população.



[1] Ressalvar que este livro apresenta notórias imprecisões, por exemplo, diz que a padroeira da igreja é a Imaculada Conceição; em relação à distância até à Guarda, também não parece correto, a não ser que se refira ao limite da freguesia (Vale Mourisco).

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Registos escritos dos séculos XVII e XVIII

O que se pode dizer com certeza é que em 1614 já existia como paróquia, nesse ano foram registados batismos, casamentos e óbitos.


Século XVII           


No livro: Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais (1993), Vol.1, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, relativo a Águas Belas, o primeiro registo é de 1614 e o último de 1886[1]. A partir desta data, os registos paroquiais, referentes a Águas Belas, fazem parte do Arquivo Distrital da Guarda, do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, estão digitalizados, com referência online e possibilidade de serem consultados.

Século XVIII           


O livro que nos dá maior informação é: As freguesias do Distrito da Guarda nas Memórias paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, publicado há pouco tempo (2013)[2]. Sabemos que, no ano de 1758, os párocos de todo o país responderam a um amplo e detalhado inquérito sobre as suas freguesias, a pedido do Marquês de Pombal (o 1º ministro do rei D. José), para conhecer como eram as terras, quem as habitava, do que viviam, o que cultivavam, como se defendiam, que cultos e devoções tinham... (pp.171-172).



[1] Estão disponíveis para consulta em microfilme. Mas, dado o estado em que estavam as páginas, manchadas e deterioradas, não consegui, mesmo tendo percorrido todo o documento, ler de modo a poder falar, com certeza, do que lá estava escrito. Posso dizer como curiosidade que encontrei legível, em 1699, um batizado de uma menina de Vale Mourisco, Maria, filha de Manuel Nabais e de Isabel da Costa. Outros apelidos de famílias legíveis são: Lopes, Matias, Gonçalves, Pina, Luís, Jorge, Antunes e Santos. Mas, haverá outros, com toda a certeza.

[2] Este livro está disponível online, colocando o título no Google, acede-se de imediato.


terça-feira, 5 de novembro de 2019

No século XIII, já existia Ágoas Bellas

No livro II das Inquirições do rei D. Dinis, que recolhem dados da Beira e Alto Douro, existe a referência a Ágoas-Bellas, na p.33 (que reproduzo abaixo). Mas, tratando-se de um português antigo, não podemos saber o que lá está escrito. Tomo por boa, a tradução de um pequeno excerto dessa página que encontrei num blogue sobre as freguesias portuguesas. 

Alguns dados históricos

 
Página 33 do livro II das Inquirições do rei  D. Dinis 

Diz o seguinte: 
“O concelho de Sortelha deu em tempo de El-Rei dom Sancho, tio deste rei (D. Dinis), a dom Ponço, herdamento que lavrassem seis juntas de bois, em aquele lugar hu ora (onde agora) hé Águas Belas; e ele foi acrescentado, de guisa (maneira) que fez hi essa aldeia”. 
Trata-se do rei D. Sancho II que reinou de 1223 a 1248; e portanto, o início de Águas Belas começa neste período, quando são dadas, ao tal Dom Ponço[1], terras equivalentes ao que seis juntas de bois poderiam lavrar (não parece muito), mas é, a partir daqui, que as terras deixam de pertencer à coroa e a aldeia se vai formando.



[1] Tentei, numa das minhas idas ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, saber quem era este senhor, mas não consegui nenhuma informação.