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quinta-feira, 14 de abril de 2022

Os jogos que jogávamos - a corrida com roda de aro

  

15. A corrida com roda de aro

 

Com o aro de uma roda de bicicleta, mas também podia ser com um pneu, os rapazes faziam grandes corridas, do cimo ao fundo do povo. A roda ganhava força, porque era empurrada por um pau, por um arame grosso ou  um ferro miudinho, feito para isso. O rapaz tinha de dirigir o aro e acompanhar a roda, não podia ficar para trás. Era uma grande corrida. Muito dos meninos da escola tinham estas rodas de arco com guiador, num instante, chegavam a casa.

 

terça-feira, 12 de abril de 2022

Os jogos que jogávamos - o eixo

  

16. O eixo

 

Era um jogo de grupo, podia ser jogado por várias pessoas, colocadas em fila, com um bocadinho de distância uns dos outros; o primeiro da fila curvava-se, com as mãos sobre as coxas e o que estava atrás, apoiado nas costas deste, saltava por cima e punha-se à sua frente, também, curvado.

O jogo seguia sempre assim, o que saltava, a seguir, fazia de eixo, até o último da fila saltar por cima de todos. Perdia quem não conseguisse saltar o colega ou quem não conseguisse fazer de eixo e se deixasse cair. Este jogo podia repetir-se as vezes que as pessoas quisessem.

 

 

 

 

quarta-feira, 30 de março de 2022

Os jogos que jogávamos - saltar à corda

 

O saltar à corda

 

O jogo podia ser individual, com uma corda pequena, a pessoa, à medida que lançava a corda, saltava, mais depressa, mais devagar, conforme quisesse; também, podia jogar-se em grupo, duas pessoas pegavam nas extremidades de uma corda, que não podia ser muito pequena, e começam a dar à corda num movimento circular.

As participantes entravam na roda e começavam a saltar, conforme o movimento da corda, havia várias formas de saltar. Às vezes, estavam muito tempo, até não aguentar mais, desistiam por cansaço e não por terem perdido; outras vezes, saiam para descansar e voltavam a entrar; também, podia saltar, mais que que uma pessoa, ao mesmo tempo.

Quando se prendesse a corda num pé ou se pisasse, perdia-se o jogo, não se podia tocar na corda, normalmente quem perdia ia dar à corda.

sexta-feira, 25 de março de 2022

Os jogos que jogávamos: o cativo

Formavam-se duas equipas, com os jogadores que estivessem – não era preciso um número certo; no campo, traçava-se uma linha ao meio e, na parte detrás, do campo de cada uma das equipas, traçava-se uma linha a marcar a zona de cativeiro. 
O objetivo do jogo era atravessar o campo inimigo, sem ficar cativo. Era preciso correr, perceber os movimentos, desviar as atenções, investir em conjunto com outros companheiros..., de modo a entrar e a sair sem ser apanhado. 
Quem fosse apanhado, ia para o cativeiro e só um jogador amigo o podia salvar. Para isso, era preciso atravessar o campo adversário, ir até à zona de cativo, tocar-lhe com a mão e dizer: “livre”; então, juntos, tentavam fugir para o seu campo, sem serem apanhados. 
A equipa que deixasse aprisionar todos os seus elementos, perdia. Era um interessante jogo de estratégia, mesmo que tivesse ares de alguma agressividade, nunca ninguém se aleijava.

terça-feira, 22 de março de 2022

Os jogos que jogávamos - as cinco pedrinhas

Jogava-se em qualquer lado, era um jogo de habilidade, quase como um malabarismo. Lançavam-se as pedrinhas (muito pequeninas, redondas) ao chão, de modo a ficarem o mais juntinhas possível; depois, agarrava-se uma das do chão, lançava-se ao ar e, ao mesmo tempo, com a mesma mão, apanhava-se uma do chão e a que se tinha lançado ao ar; o jogo seguia, sempre lançando uma ao ar e apanhando do chão, agora, duas, depois, três e, a seguir, quatro. Havia outras combinações e outras formas de lançar; o jogo ia passando, de nível em nível, sempre com um maior grau de dificuldade e de destreza. Muitas pessoas nunca passavam dos primeiros níveis, outras sabiam jogar tão bem que era num instante enquanto terminavam um jogo.

sexta-feira, 18 de março de 2022

Os jogos que jogávamos - o cântaro

Durante o tempo da Quaresma, jogava-se ao cântaro. Eram cântaros de barro que já não serviam para ir à fonte; tinham rachadelas, estavam sem asas ou com algum outro defeito. O objetivo era não deixar cair o cântaro, porque se caísse, por ser de barro, partia-se e o jogo terminava. Numa roda, o cântaro era lançado e apanhado com as mãos, passava de mão em mão, mas, às vezes, complicava-se, era lançado, não para o jogador seguinte, mas para outro qualquer da roda; se este não estivesse atento, o cântaro estava sujeito a cair e a partir-se. Quando se partia o cântaro, era uma risada… Às vezes, andava-se tempo, neste jogo e o cântaro não se partia, outras vezes, era logo.

domingo, 13 de março de 2022

Os jogos que jogávamos - Um, dois, três, macaquinho chinês

Havia uma linha de partida, onde estavam todos os jogadores, à exceção daquele que comandava o jogo e que se encontrava uns metros à frente, encostado, podia ser a uma parede de uma casa. De costas voltadas para os colegas, dizia: - Um, dois, três, macaquinho chinês. Enquanto esta frase era dita, os jogadores deslocavam-se, o mais depressa possível, em direção da parede. Quando a criança que comandava o jogo acabava de dizer esta frase, voltava-se para trás e se visse alguns, a mexerem-se, dizia-lhes: - Tu vais lá para trás; e tu também, e tu também... Os que eram apanhados tinham de voltar ao princípio do jogo. Se não visse ninguém, não podia mandar ninguém para trás e os jogadores iam-se aproximando-se, cada vez mais, da parede. Ganhava o jogo, o primeiro que conseguisse tocar na parede sem ser visto; quem ganhava, passava a dirigir o jogo.

sexta-feira, 4 de março de 2022

Os jogos que jogávamos - As escondidas

8. As escondidas Escolhe-se um ponto, para o início e o fim do jogo, pode ser junto a um muro alto, à parede de uma casa...Uma das crianças começa a fazer a contagem, contra esse muro ou essa parede, de olhos fechados, para não ver para onde as outras se iam esconder. Contava até dez, até quinze, como se combinava, para dar tempo a que os outros se escondessem. Acabada a contagem, dizia: -Aí, vou eu. Começava a procura. Os que estavam escondidos tinham de sair dos esconderijos e chegar ao sítio do jogo sem serem apanhados. Se alguém era apanhado, enquanto fugia ou enquanto estava escondido, perdia e passava a apanhar os outros. Muitas vezes, quem estava a apanhar não apanhava ninguém e tinha de continuar a contar e a apanhar.

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Os jogos que jogávamos: a cabra-cega

7. A cabra-cega Jogava-se num terreiro ou num largo, dentro de um espaço que se limitava, antes de começar o jogo. Uma das crianças fazia de cabra-cega, com os olhos tapados, com um lenço da cabeça ou outro pano. Quando começava o jogo, a cabra cega começava a andar de um lado para o outro, para tentar apanhar alguém. Mas, era uma tarefa difícil, porque as outras crianças faziam tudo para a desorientar e não serem apanhadas: aproximavam-se, afastavam-se, tocavam-lhe e diziam-lhe: - Cabra-cega! Cabra-cega! Não me apanhas, não me apanhas! Quem fosse apanhado pela cabra-cega passava para o seu lugar e recomeçava o jogo. Durante o jogo, se a cabra-cega saísse do espaço marcado ou fosse contra qualquer coisa que se visse que se podia magoá-la, tinha de ser avisada.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Os jogos que jogávamos - o lencinho

6.O lencinho Os jogadores faziam uma roda, com as mãos atrás das costas ou com os braços caídos. A pessoa que ia lançar o lencinho começava a correr pelo lado de fora da roda e dizia: - Aqui vai lencinho, aqui fica lencinho – sem dar sinal, deixava-o cair atrás de alguém e continuava a correr e a dizer: -Aqui vai lencinho, aqui fica lencinho. Se conseguisse dar a volta, chegar junto da pessoa a quem tinha deixado o lenço, sem esta o ter visto, apanhava-o e dizia-lhe: - Perdeste, choco. Mas, se a pessoa percebia, apanhava o lenço e corria atrás de quem lho tinha deitado e se conseguisse apanhá-la, antes, de chegar ao seu lugar, dizia-lhe: - Perdeste, choco. Também, se alguém da roda avisasse a pessoa que tinha o lenço atrás e fosse vista pela pessoa que o tinha colocado, ia para o choco. Quem ia para o choco, ia para o meio da roda, punha-se de cócoras, à espreita, para poder apanhar o lencinho, quando caísse atrás de alguém ou à espera que outra pessoa perdesse.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Os jogos que jogávamos - o charrás das três pedrinhas

5. O charrás das três pedrinhas Desenhava-se um pequeno quadrado, em qualquer lado, traçavam-se as diagonais e dividia-se ao meio, na vertical e na horizontal. Ficavam nove pontos de jogo, a contar com o do centro. Cada jogador tinha três pedrinhas (distintas um do outro, para não se confundirem) que podia movimentar, nos pontos de jogo, tentando colocá-las em linha, podia ser na horizontal, na vertical ou na diagonal. Os dois jogadores tentavam anular as jogadas um do outro; quase sempre, neste jogo, tinha vantagem quem colocava a pedra no centro, porque tinha mais hipóteses de fazer combinações ganhadoras.

domingo, 23 de janeiro de 2022

Os jogos que jogávamos - o charrás

4 O charrás É um jogo com muitas regras, mas todas as meninas o aprendiam rápido. Podia ser jogado por duas ou mais crianças. Com um pau ou um prego grande, desenhava-se no chão o charrás. Havia dois desenhos de charrás: - Num, começava-se por desenhar um pequeno quadrado central; de cada vértice, tirava-se uma linha e uniam-se os vértices, dando origem a quatro casas. No exterior de uma delas, desenhavam-se três casas retangulares, na vertical – onde se iniciava o jogo. - No outro, desenhavam-se oito casas retangulares: duas na vertical; três na horizontal; uma (ao centro) na vertical; e duas na horizontal. Jogavam-se com uma “cheta”, um pedacinho de telha. Lançava-se a cheta para a primeira casa e, ao pé-coxinho, arrastava-se, de casa em casa, até se chegar à última. Terminada a primeira volta, lançava-se a cheta para a segunda casa e, assim, sempre, da mesma maneira, até chegar à última casa do charrás; a seguir, jogava-se ao contrário, da última para a primeira casa. Quem terminasse começava a ganhar casas: em pé, de costas para o charrás, lançava a cheta e se calhasse dentro de uma casa ganhava-a; a casa ganha tinha de ser assinalada, podia ser com a inicial do nome da menina que a tinha ganho, a partir dessa altura só ela podia passar nessa casa. Perdia-se, se a telha, ao ser lançada, não caísse na casa certa, ou se, ao jogar de casa em casa, a jogadora pisasse os riscos ou a cheta não fosse para o lugar certo; nessa altura, dava o lugar a outra menina e ficava à espera até voltar a ter vez e poder recomeçar na casa onde tinha perdido. O jogo terminava quando todas as casas estivessem assinaladas; ganhava quem tivesse mais casas.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Os jogos que jogávamos: o pião

3. O pião Era um jogo, sobretudo, dos rapazes. Não havia menino, pequeno ou maiorzinho, que não tivesse um pião. Antes de se lançar, enrolava-se, de forma correta e bem ajustadinho, o cordel ao pião, chamava-se a baraça; depois, lançava-se o pião, com a força toda que se tinha; ao ser lançado, desenrolava-se a baraça e o pião, ao chegar ao chão, começava a rodar, a rodar, a rodar...; quanto mais força levava, mais bailava.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Os jogos que jogávamos - o berlinde

2. O berlinde Os berlindes eram bolinhas maciças de vidro, muito pequeninas e duras, que não se partiam. Podiam jogar várias crianças, ao mesmo tempo. Faziam-se, na terra, três pequenas poças, com o feitio de um triângulo. A partir de um sítio de lançamento, cada criança lançava o berlinde, na direção da poça mais afastada. O dono do berlinde que estivesse mais próximo desse buraco começava a jogar; seguiam-se os outros, pela ordem em que cada um estivesse. Com o toque do dedo polegar, fazia-se deslizar o berlinde na direção da primeira poça e depois das outras duas. Quando se conseguia chegar à última cova, fazia-se o percurso no sentido oposto. Depois de feitas estas etapas, podia-se começar a acertar nos berlindes dos colegas e a ganhá-los. Perdia-se, sempre que não se acertava no buraco; quando isso acontecia, dava-se a vez a outro jogador e ficava-se à espera até voltar a ter vez; nessa altura, recomeçava-se no ponto onde se estava. O jogo terminava, quando todos os berlindes fossem alvejados e ganhos por alguém.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Os jogos que jogávamos - o acha-brasa

Era um tempo em que não havia brinquedos, ter uma boneca ou uma bola de plástico, era o máximo a que se podia aspirar; quase sempre os brinquedos eram feitos pelas próprias crianças, carrinhos de madeira, bolas e bonecas de trapos, rodas com guiadores… Não havia televisão, os miúdos viviam na rua e brincavam ao que sabiam. Muitos destes jogos eram realizados em qualquer lado, desde que houvesse espaço livre. 1. O acha-brasa Jogava-se nas paredes dos cabanais, das varandas, na rua, nos terreiros…, onde houvesse espaço e sítios para esconder a “brasa”, um trapinho qualquer ou um lenço das mãos que alguém tivesse no bolso. Enquanto o jogador que tinha a brasa a escondia, os outros fechavam os olhos, até ouvirem dizer: - Já, podem abrir. Então, todos começavam à procura da brasa, nos buracos, debaixo de pedras…, onde calhava. Às vezes, punham a brasa em sítios tão difíceis que era muito difícil dar nela. Quando isso acontecia, quem a tinha escondido ia dando ajudas; conforme os jogadores se afastavam ou se aproximavam da brasa, dizia: - frio, frio, muito frio; ou, morno, morninho, quente, muito quente… O que estava muito quente, estava próximo de achar a brasa e, claro, todos a iam procurar nesse sítio e não demoravam a dar nela. Quem achava a brasa, passava a comandar o jogo. Às vezes, podia-se andar, várias horas, neste jogo de esconde e acha.