A loiça
A loiça
daquele tempo eram as panelas de ferro e o resto em barro ou lata e alumínio.
Só muito mais tarde, nos anos setenta, começou a aparecer o plástico, então,
passaram a usar-se baldes e cântaras desse material, muito levezinho e que não
partia; ir à fonte, tornou-se bem mais fácil.
As panelas de ferro
Para
cozinhar eram sempre as panelas de ferro; tinham-se duas ou três, para todos os
dias e uma ou duas maiores, para os dias em que se juntava a família e se
cozinhava para muita gente. Nesses dias, por exemplo, para o jantar de uma boda
ou de uma matança, se fosse preciso, pediam-se emprestadas aos vizinhos ou à
família.
Algumas
pessoas tinham também uma caldeira de cobre para fazerem o arroz doce, cozerem
as morcelas..., mas, como eram muito caras, pouca gente as podia ter.
A loiça de barro
Muita da
loiça que se usava era de barro, havia um barro mais grosso, para as barranhas,
púcaros, potes, cântaros, bilhas, malgas, pratos...,
Esta loiça
partia-se muito, o que era um prejuízo, porque não podia estar sem estes
utensílios, tinham que se comprar outros; por isso, no caso do cântaro, por
exemplo, mesmo sem uma asa ou “esbocelado”, não se deitava; o mesmo se fazia
com o resto das coisas, arranjavam-se, com uma espécie de arco, feito de arame
ou de um prego miudinho, de modo a ligar os cacos partidos uns aos outros.
Para os dias
de festa havia loiça melhor, copos de vidro, pratos de fundo e raso, terrina,
travessas, colheres e garfos, que se guardava num armário na sala.
A loiça de latão, lata e alumínio
Também,
existiam utensílios em latão: ferradas, baldes e caldeiros, de vários tamanhos;
serviam para muita coisa, para pôr o leite da ordenha das vacas, para pôr ao
lume, para aquecer coisas, para levar para os campos, para ir à fonte...; havia
também já alguma loiça em alumínio, pratos, copos, travessas..., não se partia,
o que era bom; quase toda a gente tinha um copo de alumínio, pendurado na
cantareira, para se beber água.