No Natal, um
mês muito frio, costuma-se fazer um madeiro para aquecer a noite ao Menino
Jesus.
O
madeiro
De vinte e
quatro para vinte e cinco de dezembro – na noite de Natal – faz-se um grande
madeiro no adro da igreja. O madeiro é uma fogueira muito grande, feito com
troncos secos, há sempre alguém que os dá, e que os rapazes acartam, dias
antes, juntamente com um carro de giestas e de piornos.
Antes,
traziam esses troncos em carros de vacas, mas, claro, eram eles que puxavam;
agora, com os tratores é muito mais fácil acartar a lenha e não é preciso
começar muito tempo antes. Empilham a lenha, cobrem tudo com as giestas e os
piornos, põem pneus velhos, pelo meio, para ajudar o lume a atear e
deitavam-lhe o fogo.
Muitas
pessoas vão ao madeiro para ver arder aquela imensa fogueira e também para
conviver um pouco; alguns ficam até tarde e há mesmo quem fique até de manhã,
antes, era costume os rapazes fazerem uma borga junto ao madeiro, com carne e
bebidas.
O
Menino Jesus desce pela chaminé
Não havia a
tradição da árvore de Natal. Aqui, era o Menino Jesus que descia pela chaminé e
deixava qualquer coisa às crianças. Pouca coisa que não havia muito para dar:
uns rebuçados, umas bolachas, umas laranjas, umas meias, umas moedinhas...
De manhã, os
meninos, que tinham posto o sapatinho junto a chaminé, iam entusiasmados ver o
que o Menino Jesus tinha deixado. E ficavam todos contentes, mesmo que fosse
pouco.