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terça-feira, 23 de março de 2021

As Janeiras - de Santo António e São Sebastião

 

Todos os anos se pediam as janeiras para Santo António e São Sebastião. Eram esmolas, dadas em géneros. Tinham esse nome, porque se realizavam, a seguir às matanças, até final de janeiro. Cá pediam-se estas duas, porque eram os Santos com mais despesa, um por causa da festa e o outro por causa da capela.

 

De Santo António

Os mordomos iam pedir a janeira. As pessoas davam produtos das matanças, chouriças, pés de porco..., mas, também, feijão, milho e até pão; davam do que colhiam e tinham em casa.

Havia quem fizesse de propósito uma chouriça maior, para dar a Santo António. Uma chouriça, dessas grandes, era como três ou quatro das pequenas; não era, sempre, assim, mas, às vezes, ou porque o porco adoecia, com uma febre ou outra coisa, prometiam dar uma chouriça, desta ou daquela medida, para ver se se curava.

No domingo a seguir, era a arrematação: os mordomos punham tudo, bem posto, na mesa das arrematações e quem queria, chegava-se à frente e oferecia uma certa quantia; vinha outro e cobria o lance, às vezes, assistia-se a um despique grande, entre quem estava interessado, era quando a janeira rendia mais; se já ninguém oferecia mais, arrematava-se, entregava-se a quem tivesse feito o último lance.

Costumava arrematar as janeiras, quem não matava o porco; às vezes, se o preço era bom, ficava-se bem, porque as coisas eram boas, as pessoas davam o melhor que tinham e toda a gente fazia os enchidos da mesma maneira.

 

De São Sebastião

Antes do dia 20 de janeiro, o mordomo pedia a janeira; as pessoas davam também coisas do porco e sementes, mas uma esmola menos avantajada do que para Santo António.

O mordomo reunia tudo, colocava a janeira no banco da capela ou numa mesa e no fim da missa arrematava-se; a maneira de arrematar era a mesma, levava a janeira quem desse mais.