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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Tradições festivas - Páscoa

 

Ganhar as alvíssaras

Quando acabava a Quaresma, em cima da meia-noite, já no dia de Páscoa, tocava-se o sino com força e durante bastante tempo. Às vezes, os rapazes punham-se a guardar o sino, à espera que chegasse a hora, sempre a ver quem era o primeiro. Quando eram muitos, para todos ganharem as alvíssaras[1], atavam uma corda ao badalo do sino e, à meia-noite, todos pegavam na corda para tocar ao mesmo tempo. Não ganhavam nada, claro está, mas tinham a alegria de terem sido os primeiros.

 

A amendoeira

Quase sempre, no dia de Páscoa, vinha uma amendoeira do Sabugal – a senhora Laurinda – à saída da missa, depois da procissão, já estava com o tabuleiro composto, ao fundo do adro. Era um tabuleiro dos do pão que pedia emprestado cá, cobria-o com um pano branco, tipo um lençol, e punha as amêndoas, os chupa-chupas, as santinhas, os balões, os rebuçados, os bonecos cheios de bolinhas doces, os pífaros de plástico, as cornetas...; os miúdos já não deixavam as mães, queriam sempre alguma coisa.

À tarde, se havia baile, no largo da capela, a amendoeira mudava-se para lá e sempre ia vendendo uma coisa e outra. Só à noite é que ia embora. 



[1] Alvíssaras era uma gratificação que se dava a quem trazia boas notícias. Ia-se a correr, a correr, e o primeiro a chegar e a dar a notícia recebia alvíssaras.