domingo, 16 de maio de 2021

A festa de Santo António - os tabuleiros das ofertas (5)

Os tabuleiros das ofertas

Havia o uso de oferecer ofertas, um tabuleiro dos do pão, com doces, filhoses, carne assada, bebidas e outras coisas, o que as pessoas entendessem; colocavam as coisas de maneira a que o tabuleiro ficasse cheio e bonito.

Eram os mordomos que davam as ofertas, para eles era uma obrigação, mas havia outras pessoas que, por promessa ou porque queriam dar uma oferta melhorzinha, ofereciam, também, uma oferta para o Santo António, podia ser num tabuleiro pequeno ou num cestinho.

As ofertas ficavam cá fora, na mesa de pedra que está ao pé da igreja. Mas, quando saia a procissão, também iam a dar a volta ao povo. Eram levadas à cabeça, por uma rapariga que tivesse força, pudesse aguentar o peso e não a deixasse cair. Quando acabava a procissão, voltavam à mesma mesa, para serem arrematadas, uma a uma, no fim de tudo, na varanda do sino.

- Como é que se sabia o valor de uma oferta?

- Algumas pessoas davam um preço: “até este preço, fico com ela”. E ficavam; quase sempre eram os mordomos que arrematavam as próprias ofertas. Mas, podiam ser arrematadas por qualquer pessoa, de cá ou de fora, quem dava mais, levava a oferta. Às vezes, havia pessoas que vinham à festa e não tinham família onde comer o jantar, arrematavam uma oferta, comiam à vontade e ainda levavam para casa.

Havia muito brio nas ofertas; um brio bom, porque todos queriam que a sua não ficasse atrás das outras.

 

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