Os
andores
Nesse tempo,
quase todos os santinhos tinham andores e saiam na procissão. À frente, ia
Santo António, depois, Nossa Senhora do Rosário, Santa Maria Madalena, Nossa
Senhora de Fátima, São Sebastião, o Menino Jesus e os outros mais.
Os andores
eram muito diferentes dos de agora, uns tinham arcos, outros, uma espécie de
árvore. Enfeitavam-se com tules brancos e de outras cores, com florinhas,
fitas, bolinhas...; primeiro, forrava-se tudo com papel, depois, fazia-se em
cima do arco ou de cada ramo, um plissado, preguinhas, com papel frisado ou de
seda, e colocavam-se flores. O trono do andor também se enfeitava com tules e
flores pequeninas, presas com um alfinete dos santos; os quatro ramos eram de
flores de plástico, mas muito bonitos, a condizer com o resto do andor.
A cor dos
enfeites variava, tinha a ver não só com o gosto das mordomas, mas também com o
santinho a que se destinavam, por exemplo, São Sebastião e Santo António eram
em tons de vermelho, Santa Maria Madalena e Nossa Senhora do Rosário em tons de
azul, a Senhora de Fátima em branco.... Era um trabalho demorado, quase de
artistas. Estes enfeites guardavam-se de umas festas para as outras, mas sempre
se comprava alguma coisa nova que fosse necessária.[1].
Para levar o
andor, no dia da festa, eram precisos quatro pessoas, primeiro, convidavam-se só
rapazes, depois, também, as raparigas passaram a levar os andores.
Agora, já
não se enfeitam os andores à moda antiga; foram modificados e tanto o trono
como os ramos são de flores naturais.
[1]Há uma casa de venda de artigos religiosos, na
Guarda, a Véritas, onde se podia comprar tudo o que fosse preciso para a festa.
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