segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A emigração nos anos sesssenta (3)

  

As famílias que se reuniam

 

Quando a situação o permitiu, quando arranjaram um trabalho e um alojamento, ainda que, muitas vezes, sem grandes condições, os homens começaram a “chamar” as mulheres e muitas famílias começaram a reunir-se.

Nesta segunda leva, abalou tanta gente que, em um ou dois anos, na segunda metade da década de sessenta, a população da aldeia ficou reduzida a um terço ou ainda menos.

Cada dia, era mais uma carteira vazia e mais uma casa fechada. Muitos meninos deixaram a escola de um dia para o outro. Saíram a meio do ano, quando calhava, dependia dos “papéis” que tinham de ter para ir.

A toda a hora se ouvia: “Abalaram para a França. Já, abalaram”. Havia um sentimento de perda, um sentimento de que nada voltaria a ser como dantes. E assim aconteceu.

 

Os meninos que ficavam com os avós 

 

Mas, nem todas as crianças partiram com as mães para junto dos pais; algumas, em idade escolar ou mais pequenas, ficaram com os avós. Haveria diferentes razões, uns queriam que os filhos continuassem a estudar cá e outros não teriam ainda as condições para os poder levar, logo nessa altura. Certo é que, passados uns anos, quase todas estas crianças se juntaram aos pais.

As mais novas continuaram a escola francesa e começaram a trabalhar logo que a lei o permitia.

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