segunda-feira, 13 de julho de 2020

Animais selvagens - lobos e raposas



 Os lobos


Loba com lobinhos
Antigamente, os lobos eram uma praga, para os rebanhos e outros animais; havia bastantes, por isso, matar um lobo, era uma coisa boa para aquela terra e para as outras.
Muitas vezes, quem matava um lobo colocava-o numa carroça ou em cima de um burro e ia pelas terras vizinhas pedir; algumas pessoas, se podiam e queriam, davam alguma coisa, outras era só a curiosidade de ver um lobo; para poder dizer: “já vi um lobo”.
Agora, já quase não há lobos; é proibido matá-los.

As raposas


Uma raposa à espreita
Era o animal selvagem mais temido pelas pessoas. Quando tinham fome, vinham até ao povo, entravam nos galinheiros e, em menos de nada, matavam as galinhas todas, mesmo que só levassem uma ou duas, deixavam quase sempre tudo morto. Era um prejuízo grande, para a vida das pessoas daquele tempo.
Era preciso deixar as galinhas bem fechadas, todas as noites, com medo da raposa.


quinta-feira, 9 de julho de 2020

Animais de caça - coelhos bravos, lebres e perdizes

Coelho bravo no campo 


Havia os animais bons que eram caçados para comer ou para vender e havia os que prejudicavam a vida das pessoas.

Coelhos, lebres e perdizes

Estes eram os animais de caça que mais havia por estas serras e estes matos. Por todo o lado, apareciam coelhos e lebres; também perdizes, de vez em quando, lá se via levantar um bando de perdizes.

 Os caçadores       
Nessa altura, havia muitos caçadores. Homens que tinham o vício da caça, dizia-se vício, porque talvez muitas pessoas não achassem que era uma coisa boa, ser caçador. Na época de caça, muitos caçadores iam todos os dias caçar; faziam-no em pequenos grupos, de duas ou três pessoas, alguns começavam a levar os filhos ainda novos e punham-lhes o mesmo vício. À noite, havia logo negociantes que vinham comprar a caça. Era quase sempre na taberna que se fazia o negócio.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Animais domésticos - os coelhos


Criação de coelhos  

Os coelhos

Pode dizer-se que todas as pessoas tinham coelhos, nas lojas do vivo, em arcas ou em coelheiras, algumas, até, suspensas nas paredes das lojas. Bastava ter uma arca velha, pôr lá uma coelha prenha e passado um mês já se tinham coelhinhos. Não precisam de muito espaço para se reproduzirem e crescerem.
Cada coelha tem várias ninhadas, ao longo do ano. Os coelhos pequenos estão com a coelha até comerem já bem; depois, põem-se, à parte, noutra arca ou coelheira, até se poderem vender ou comer.
Era uma fartura, se calhava a não morrerem, depressa se enchiam as arcas, mas morriam muito. Comiam quase todas as ervas e ramas, o único problema é que a comida não podia estar molhada, nem acabada de colher; tinha de se deixar secar e murchar.


quinta-feira, 2 de julho de 2020

Animais domésticos - aves de capoeira


Galinhas e galo  

As aves de capoeira

Todas as pessoas tinham galinhas. Viam-se, por todo o lado, “rebanhadas” de galinhas, andavam nas ruas, abria-se a porta do poleiro de manhã e só se fechava à noite. Os ovos guardavam-se para serem vendidos, quando viessem as oveiras da Bendada comprá-los. O dinheiro que recebiam, devia ser uma coisa mínima, dava para comprar linhas, sabão ou alguma mercearia.

Quando uma “pita” chocava, deitavam-se-lhe os ovos, para nascerem “pitinhos”. Em certas alturas, em quase todos os currais, havia uma galinha com pintainhos. Quando cresciam, já frangos grandes, poucos se gastavam em casa, quase todos se vendiam no mercado; sempre, a ideia de fazer um bocadinho de dinheiro, para se gastar no que mais fosse preciso.


terça-feira, 30 de junho de 2020

Animais domésticos - os porcos


 
Um porco  no cortelho
 

Os porcos

Eram parte indispensável da alimentação da família, durante todo o ano. Quase todas as pessoas compravam um porquinho pequeno, logo cedo, para o poderem criar, engordar e matar na próxima matança.
Os cortelhos dos porcos ficavam nos currais ou debaixo das varandas, onde fosse mais apropriado. Os porcos comiam os restos da alimentação: cascabulho, ervas, couves, botelhas, nabos..., o que houvesse; comem tudo. Faziam-se as “viandas” num caldeiro, envolvia-se tudo com farelo e deitava-se ao porco, normalmente, eram três viandas ao dia, mas também comiam braçados de couves e de erva, fora das viandas. Uns meses antes de ser morto, o porco era muito bem tratado, para engordar e dar uma boa matança. Chama-se “sevar” o porco.


sábado, 27 de junho de 2020

Animais domésticos - ovelhas e cabras

Um rebanho de ovelhas a pastar

As ovelhas

Só as pessoas com mais posses tinham rebanhos de ovelhas, com um pastor assoldadado só para o gado. No inverno, os rebanhos vinham dormir na corte, mas de verão ficavam nos campos, dormiam dentro de um bardo, uma espécie de quadrado, vedado, com cancelas, guardado por um cão. Junto ao bardo, ficava a choça para o pastor se abrigar, comer e dormir. As ovelhas davam lucro: vendiam-se os borreguinhos, faziam-se queijos do leite e, uma vez por ano, eram tosquiadas e a lã vendida a comerciantes que vinham cá comprá-la.
Cabras no campo

As cabras

Quem não podia ter vacas, tinha duas ou três cabras. Mesmo os que tinham vacas tinham cabras, atrás das vacas. Davam leite e cabritinhos; o leite bebia-se e faziam-se queijos; os cabritinhos, quase sempre, se vendiam para se poder fazer algum dinheiro que, por pouco que fosse, dava para algumas necessidades da casa. Não se comia carne a toda a hora, como agora; só pelas festas ou dias de nomeada se matava uma rês.


quinta-feira, 25 de junho de 2020

Animais domésticos - as burras


Uma burra no campo

As burras

A burra era o transporte dos pobres, como uma cestinha de mão, estava sempre pronta para qualquer serviço: ir ao mato, à comida do vivo, ao mercado do Sabugal, a comprar ou a vender qualquer coisa. Muitas pessoas, os garotinhos mais novos, mas também os mais velhos, quando iam longe a levar o vivo, iam e vinham a cavalo na burra.
Algumas andavam sempre aparelhadas, a albarda nunca lhes saía de cima. Outras, se os donos precisavam de trazer pouca coisa dos “chões”, andavam só com os alforges em cima. Quem não tinha vaca, até, lavrava com a burra; aqui, poucas lavravam, mas muitas puxavam carroças que levavam e traziam o que fosse preciso.
As burras, às vezes, emprenhavam e tinham crias. Vendiam-se os “burrecos” aos ciganos; durante muito tempo, eram eles que vendiam e compravam os burros, mesmo que se fosse ao mercado, lá estavam os ciganos, os mesmos que, também, vinham pelas portas a comprá-los e a vendê-los.

As o