As
burras
A burra era
o transporte dos pobres, como uma cestinha de mão, estava sempre pronta para
qualquer serviço: ir ao mato, à comida do vivo, ao mercado do Sabugal, a
comprar ou a vender qualquer coisa. Muitas pessoas, os garotinhos mais novos,
mas também os mais velhos, quando iam longe a levar o vivo, iam e vinham a
cavalo na burra.
Algumas
andavam sempre aparelhadas, a albarda nunca lhes saía de cima. Outras, se os
donos precisavam de trazer pouca coisa dos “chões”, andavam só com os alforges
em cima. Quem não tinha vaca, até, lavrava com a burra; aqui, poucas lavravam,
mas muitas puxavam carroças que levavam e traziam o que fosse preciso.
As burras,
às vezes, emprenhavam e tinham crias. Vendiam-se os “burrecos” aos ciganos;
durante muito tempo, eram eles que vendiam e compravam os burros, mesmo que se
fosse ao mercado, lá estavam os ciganos, os mesmos que, também, vinham pelas
portas a comprá-los e a vendê-los.
Sem comentários:
Enviar um comentário