7.
Nosso Senhor, o discípulo e as cerejas
No tempo em
que Nosso Senhor andava por este mundo, ia muitas vezes pregar de terra em
terra. Certo dia, deslocava-se, acompanhado por um discípulo, debaixo de um sol
abrasador. A certa altura do caminho, viram uma moeda caída no chão.
- Apanha a
moeda – disse Nosso Senhor ao acompanhante.
- São só
cinco réis, não dão para nada. Não vale a pena apanhá-la.
Então, Nosso
Senhor baixou-se, apanhou a moeda e meteu-a no bolso.
Quando
chegaram à terra mais próxima, com a moeda, comprou cerejas.
Continuaram
o caminho e o calor cada vez era mais forte. O discípulo começou a sentir muita
sede, mas não havia fonte, onde pudesse beber água. Ao vê-lo aflito com tanta
sede, Nosso Senhor meteu a mão ao bolso, tirou uma cereja e deixou-a cair.
O discípulo
ao ver a cereja no chão, baixou-se, rapidamente, apanhou- a e comeu-a.
A seguir,
Nosso Senhor deixou cair, uma a uma, todas as cerejas que tinha comprado. E
sempre o discípulo se baixou para apanhar cada uma das cerejas que o Mestre
deixava cair ao chão, para as comer e assim ir matando a sede.
No final,
Nosso Senhor disse-lhe:
- Então, não
te quiseste baixar, uma única vez, a apanhar a moeda e baixaste-te tantas vezes
para apanhar as cerejas que eu fui deixando cair?
- Tinha
muita sede, Senhor!
- Ah, meu
amigo, quem deita fora o achado, por pouco que seja, vem mais tarde a pedir,
com trabalho dobrado, o que tinha desaproveitado.
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