Nessa altura, ir em romagem à Senhora da Póvoa, por promessa ou não, era um costume de muitas pessoas. Algumas iam todos os anos. Como todas as romarias, tinha uma parte religiosa e também uma parte de arraial e de diversão.
O
caminho
Havia muita
fé e devoção à Senhora da Póvoa; em horas de aflição muitas pessoas prometiam
ir lá, no dia da festa, sempre, numa segunda-feira, do mês de maio. No domingo
antes, grupos de raparigas e rapazes cantavam, pelas ruas do povo, à Senhora da
Póvoa. Nesse dia, já passavam, por cá e por outros lados, grupos de romeiros,
que cantavam e rezavam, pelo caminho.
Os grupos
daqui abalavam no dia da festa, juntavam-se e iam a pé e nas burras, até lá.
Tinham de abalar cedo, porque ainda são uns bons quilómetros, mesmo indo por
caminhos antigos que encurtavam as distâncias, entre as terras. O santuário
fica mesmo à saída da aldeia do Vale da Senhora da Póvoa, já do concelho de
Penamacor.
A
missa e as procissões
Há no
recinto da Senhora da Póvoa uma igreja, mas no dia da festa, como havia muita
gente, faziam uma missa campal, cá fora, junto ao coreto; havia um sermão e uma
procissão ao redor do recinto.
À tarde,
havia também uma procissão que levava o andor da Senhora da Póvoa para dentro
da igreja, era como uma procissão do adeus.
Todas as
pessoas visitavam a igreja, para rezar, deixar uma esmola e recolher “um
santinho” com a imagem. Às vezes, até se levava uma esmola de uma pessoa que
não tinha podido lá ir e trazia-se também uma imagem para ela.
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