terça-feira, 25 de maio de 2021

Dias de festa: A romaria à Senhora da Póvoa (1)

  Nessa altura, ir em romagem à Senhora da Póvoa, por promessa ou não, era um costume de muitas pessoas. Algumas iam todos os anos. Como todas as romarias, tinha uma parte religiosa e também uma parte de arraial e de diversão.

 

O caminho

Havia muita fé e devoção à Senhora da Póvoa; em horas de aflição muitas pessoas prometiam ir lá, no dia da festa, sempre, numa segunda-feira, do mês de maio. No domingo antes, grupos de raparigas e rapazes cantavam, pelas ruas do povo, à Senhora da Póvoa. Nesse dia, já passavam, por cá e por outros lados, grupos de romeiros, que cantavam e rezavam, pelo caminho.

Os grupos daqui abalavam no dia da festa, juntavam-se e iam a pé e nas burras, até lá. Tinham de abalar cedo, porque ainda são uns bons quilómetros, mesmo indo por caminhos antigos que encurtavam as distâncias, entre as terras. O santuário fica mesmo à saída da aldeia do Vale da Senhora da Póvoa, já do concelho de Penamacor.

 

A missa e as procissões

Há no recinto da Senhora da Póvoa uma igreja, mas no dia da festa, como havia muita gente, faziam uma missa campal, cá fora, junto ao coreto; havia um sermão e uma procissão ao redor do recinto.

À tarde, havia também uma procissão que levava o andor da Senhora da Póvoa para dentro da igreja, era como uma procissão do adeus.

Todas as pessoas visitavam a igreja, para rezar, deixar uma esmola e recolher “um santinho” com a imagem. Às vezes, até se levava uma esmola de uma pessoa que não tinha podido lá ir e trazia-se também uma imagem para ela.

 

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