Costumes relacionados com a religião, mesmo que tenham alguma parte não religiosa.
A
Volta dos Reis
É uma
tradição religiosa que se perde nos tempos. Há uma lenda que se conta e, como
em todas as lendas, não se sabe até que ponto corresponde ou não à verdade.
Dizia-se que todos os anos, nestas terras, desaparecia uma rapariga donzela. A
última terá sido uma jovem que foi à fonte buscar água e, sem se saber bem
como, desapareceu sem deixar rasto. Procurada por todo o lado, nunca mais
ninguém a viu.
Com a
intenção de acabar com estes desaparecimentos misteriosos, o povo fez uma promessa:
dar todos os anos, por altura da festa dos Reis Magos, a 6 de janeiro, uma
volta pelas terras de onde já tinham desaparecido raparigas. A volta dos Reis,
assim chamada, percorre, durante dois dias, várias localidades.
No primeiro
dia: Sobreira, da freguesia de Pousafoles; Quinta da Retorta, da freguesia de
Penalobo; Quinta do Clérigo, da freguesia de Águas Belas; Quarta-feira e Dirão
da Rua, da freguesia de Sortelha.
No segundo
dia: a volta inicia-se no Espinhal, depois, Vale Mourisco e, por fim, Águas
Belas, aqui, na freguesia, a volta é dada depois da Missa dos Reis, com a
santinha – é um quadro com a imagem de Nossa Senhora do Rosário – a assistir à
missa, no seu altar.
Durante muitos anos eram três mordomos: um de Águas Belas, o mordomo da igreja; um de Vale Mourisco; e alternadamente um mordomo ou do Espinhal ou da Quinta do Clérigo. A certa altura, deixou de se poder contar com o mordomo de Vale Mourisco, passando a ser só dois os mordomos da volta, ainda que cada um leve um acompanhante.
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