Preparar
o forno
Deitava-se o
lume e depois com um ranhadouro, um pau grande, comprido, mexia-se a lenha dum
lado para o outro, para que as paredes do forno e o teto ficassem bem quentes.
Sabia-se
que, quando as pedras ficassem brancas, o forno estava quente; nessa altura,
puxava-se o borralho que ficava, para fora, com um rodo e varria-se com um
varredouro que se molhava na água, senão ardia logo; era um pau comprido com um
molho de farrapos na ponta. Depois do forno bem varrido, começava-se a meter o
pão com uma pá. Havia um sítio, onde se punham os tabuleiros do pão.
Cozer
O pão era
colocado, no forno, à vez; terminada uma volta, começava-se outra. E toda a
gente metia, na sua vez, até ter pão, quem tinha menos pão, deixava de meter
mais cedo, quem tinha mais, continuava, até terminar. O pão tinha de ir para o
forno assinalado, para se saber, ao tirar, de quem era: ou com um sinal feito
na massa, com um pauzinho, alguma coisa.
Crescia,
tomava cor e quando, pela aparência, se via que estava cozido, tirava-se um,
batia-se na parte debaixo e se estivesse cozido dava logo aquele som clarinho,
se não, era aquele som pesado e tinha de se voltar a meter e esperar que
cozesse bem. Quando se tirava o pão, a dona agarrava nele, com um pano nas mãos
para se não queimar, punha-o de novo no tabuleiro e embrulhava-o.
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