As
vendas à porta de casa
Durante
muito tempo vinham os compradores à porta: “tem batatas para vender? Olhe que
venho cá apanhá-las, tal dia”. Na altura das castanhas, a mesma coisa. Quem
queria vender, se via que o preço não era mau, aproveitava. Também, havia
negociantes de cá, para a batata e a castanha.
Para tudo o
que se colhia e criava, havia compradores: uns compravam vacas e bezerros,
outros cabras e cabritos, outros ovelhas e borregos, outros porcos e leitões,
outros galinhas, frangos, ovos...; até as peles das reses que se matavam se
vendiam – punham-se a secar, de modo a não ficarem com nenhuma dobra e depois
guardavam-se, até ao dia em que aparecesse um comprador.
O ferro velho
Com o ferro
velho, igual, guardava-se até ao dia em que um comprador chegava e levava tudo,
pagava pouco ou nada, mas as pessoas livravam-se daquilo que não servia para
nada. Ainda agora é assim, o homem do ferro velho já não vem de burra e de saco
às costas, mas vem de carrinha e leva o que já não presta.
Sem comentários:
Enviar um comentário