Tecedeira num tear antigo |
Havia vários
teares cá no povo, uma pessoa ou outra teciam para fora, por exemplo, uma
senhora chamada Josefa Máxima. Primeiro, quando ainda se cultivava o linho,
urdiam-se teias de linho fino, para fazer lençóis, toalhas de mesa e lavatório e até camisas para os homens..., e teias de linho grosso, estopa,
para fazer sacos para o pão, para as batatas e para o que fosse preciso.
Quando se
começou a comprar tecido nos mercados, as tecedeiras quase deixaram de urdir
teias de linho, muitas passaram só a tecer mantas de farrapos.
Fiar,
fazer meadas e novelos
O linho
fiava-se com uma roca e um fuso. Colocava-se na roca, depois de passar pelo
“sedeiro”, na posição correta; o fio passava pela roca, era torcido pelos dedos
e enrolava-se no fuso.
Depois de
fiado, tirava-se do fuso e colocava-se numa “rodinha” para se fazerem as
meadas. As meadas eram cozidas e lavadas, várias vezes, as que fossem precisas,
até ficarem branquinhas; usavam-se cestos com palha e cinza, como se fazia nas
“barrelas”. Quando estivessem bem lavadas, punham-se a enxugar.
Por último,
depois de tratadas e secas, as meadas eram colocadas, uma a uma, num
“argadilho” para se fazerem os novelos que serviam para urdir as teias nos
teares.
Mantas
de farrapos
Os farrapos
faziam-se da roupa velha, já rota; cortavam-se em tirinhas, um centímetro e
meio, era a olho, e enrolavam-se num novelo. Iam-se guardando os novelos que se
iam fazendo, uns ao pé dos outros, e, quando se tivesse o suficiente,
mandava-se tecer uma manta. Nesse tempo, serviam para tudo, até na cama se
deitavam, faziam peso sobre as mantas de pêlo e ajudavam a aquecer.
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