Pelo São João, de 23 para 24 de junho, era tradição acender fogueiras e às vezes também um mastro.
as fogueiras
Quase todas
as pessoas faziam uma fogueira à porta de casa, até os mais velhos iam buscar
rosmaninhos para queimarem, nessa noite. A certa hora, a seguir à ceia, cada
morador acendia a sua fogueira e quem queria ia “sarnar” as fogueiras, rua
abaixo e rua acima.
Sarnar era
saltar as fogueiras; às vezes, o lume estava forte e era difícil saltá-las,
tinha de se deixar arder até não ser perigoso, mas, alguns mais afoitos
saltavam com o lume alto, era uma brincadeira bonita e uma noite animada. Na
manhã seguinte, ainda havia no ar o cheiro a rosmaninho; um cheiro forte, mas
agradável.
O
mastro
Havia anos
em que não eram só as fogueiras, juntavam-se três ou quatro rapazes e raparigas
e faziam o mastro. Era um pinheiro forrado de rosmaninhos que se compunha no
chão e que depois se levantava, sempre no centro de um largo, podia ser ao
fundo do povo, à capela, à fonte velha... Era bonito ver arder o mastro, as
pessoas ficavam à volta a conviver, a contar histórias e a rir; às vezes, havia
baile.