Neste blogue, vou escrever sobre Águas Belas, deixando memória de um tempo que já não existe, mas que temos a obrigação de não esquecer. Dedico-o à minha mãe, sem o saber dela, o que escrevi não teria sido possível, e a todas as pessoas de cá, andem por onde andarem.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
Contos tradicionais - A raposa e o lobo
12. A raposa e o lobo
Era uma vez uma raposa que se encontrou com um lobo no campo, ambos, a espreitar um rebanho de ovelhas. Resolveram unir esforços para atacar o rebanho e conseguirem apanhar, pelo menos, um borrego. Foram tão bem-sucedidos que em vez de um apanharam dois: um foi comido, logo, ali; o outro foram-no enterrar, no pinhal mais próximo, com o rabo de fora, para não perderem o sítio e poderem comê-lo, no dia seguinte.
No outro dia, o lobo foi a casa da raposa e disse-lhe:
- Vamos comer o borrego que enterrámos?
- Hoje não posso, tenho o batizado de um afilhado que se chama “Comecei-te”. Fica para amanhã.
No segundo dia, a mesma desculpa: - Hoje, não posso, tenho o batizado de um afilhado que se chama “Mediei-te”, fica para amanhã.
Ao terceiro dia, o mesmo: - Hoje não posso, tenho o batizado de um afilhado chamado “Acabei-te”.
Combinaram, então, para o dia seguinte, irem os dois comer o borrego que tinham enterrado. Quando estavam a chegar perto, a raposa fingiu que tinha um espinho num pé e disse ao lobo:
- Vai tu à frente, desenterra o borrego, que eu já vou.
Assim foi; pensando que o borrego, ainda, estava lá inteirinho, como o tinham deixado, puxou com muita força, caiu, logo, para trás e ficou com o rabo na mão.
A raposa começou a rir: - Percebes agora os nomes que eu dei aos meus afilhados?
“Quem é que pode confiar em espertalhonas destas” – pensou o lobo.
Quando alguém nos dá desculpas que parecem mentiras, a melhor coisa é desconfiar e procurar saber a verdade.
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