sexta-feira, 23 de abril de 2021

A festa de Santo António (1)

 Era uma festa popular muito forte, com sermão, missa cantada, banda de música, foguetes e um tocador de concertina para o baile da tarde. 

 

A alvorada

Era a primeira coisa do dia, logo de manhã, esperava-se que chegasse a guarda republicana, para se dar início à alvorada; era preciso tirar uma licença para se poder deitar o fogo e também era obrigatória a presença das autoridades. O fogueteiro, muitas vezes, um senhor chamado Joaquim Pires, deitava, logo ali, umas dúzias valentes de foguetes. Às vezes, estavam quase vinte minutos a deitar foguetes.

O fogueteiro deitava o fogo, em cima de uma parede, um bocadinho afastada do povo; as canas caiam por todo o lado e os garotos andavam logo a apanhá-las. Nesse tempo, a alvorada anunciava se a festa ia ser forte ou não: “deitaram uma grande alvorada!”

 

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