O pão era o principal alimento de todas as famílias. Era quase uma coisa sagrada: quando se deixava cair um bocadinho de pão, no chão, apanhava-se, limpava-se, beijava-se e não se deitava fora. Ganhar o pão de cada dia, ter dinheiro para o pão..., eram expressões que mostram bem o valor deste alimento.
Moer
o grão
O centeio em
grão guardava-se em tulhas ou em arcas grandes e ia-se moendo ao longo do ano.
Os ricos tinham tulhas grandes, aos pobres qualquer arca chegava. Dessas
tulhas, vendiam aos pobres, quando estes já não tinham e precisavam de o
comprar.
De vez em
quando, ia-se moer o pão; quase sempre se moía para mais de uma vez, para não
se andar, a toda a hora, a caminho da moagem. Havia moinhos de água no Sabugal
e uma moagem mecânica em Pousafoles.
Houve tempo
em que os moleiros vinham ao povo buscar o pão, quem queria dava a moer, neste
caso, era mais descanso, mas a maquia – a parte de farinha a dar ao moleiro
pelo trabalho – era maior. Eram moleiros que viviam ao pé do Côa, vinham com os
burrinhos buscar os taleigos de pão e depois traziam a farinha de volta. Cada
burro levava bastantes sacos de pão. A farinha dos moinhos de água era tão boa
como a da moagem.
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