Era assim o porco da matança: grande e gordinho
Quando
pensamos na alimentação daqueles tempos, vemos que as pessoas comiam quase só
do que dava a casa, dos produtos agrícolas, da matança do porco, do pão que
coziam, do leite e da carne dos animais que criavam.
A matança
Escolhia-se
um dia que calhasse bem a todos, porque a matança era um acontecimento
familiar, vinham os avós, os tios, os irmãos, os sobrinhos, os filhos, os
netos..., mesmo que vivessem em terras de fora; eram todos convidados para
ajudar e também para conviver.
A preparação
Compravam-se
as tripas de vaca para os enchidos – havia-as no mercado do Sabugal, estavam lá
sempre aqueles judeus de Belmonte com elas – o pimento de cor, os cominhos, o
sal para a salgadeira..., o que fosse preciso. Dava despesa comprar tudo, mas
tinha de ser.
No dia
atrás, lavam-se as tripas, punham-se a jeito todas as vasilhas necessárias
(alguidares, caldeiros, baldes, panelas…), partia-se o pão das morcelas,
ralava-se a cebola, picava-se a salsa e descascavam-se as batatas. Tudo o que
se podia adiantar, adiantava-se, porque o dia da matança era muito trabalhoso.
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