As famílias
eram, quase todas, bastante numerosas, cinco, seis, sete, oito ou até
mais filhos. Algumas não eram maiores, porque morriam muitas crianças pequenas, à
nascença, nos primeiros meses ou anos de vida.
Nascia-se em casa
Todas as
crianças nasciam em casa. Algumas com a ajuda duma pessoa entendida que fazia
de parteira, mas sem qualquer formação; outras com a ajuda das mães ou de irmãs
mais velhas. Muitas vezes, eram partos difíceis, surgiam complicações, muitos
bebés morriam por dificuldades no parto, nasciam já mortos; outras vezes, eram
as mães que morriam por falta de assistência. Foi assim, até meados dos anos
setenta, quando passaram a nascer na maternidade do hospital da Guarda.
Meninos ao colo
Os bebés
andavam sempre ao colo, começavam a passear pelo povo, logo de pequenininhos.
Quando as mães queriam fazer qualquer coisa, ficavam com as avós e com os
irmãos mais velhos. Mas, quando não havia quem os guardasse, viravam um banco
dos da cozinha, desses de palha, e punham lá os meninos. Quando começavam a
andar, iam de um lado par ao outro, pela mão dos irmãos e dos pais.
Os mais velhos ajudavam a criar os irmãos
Nessa
altura, os filhos mais velhos ajudavam a criar os mais novos. Por isso se dizia
que os mais velhos eram os dos trabalhos e os mais novos os do mimo, já não
tinham de se preocupar com os irmãos e tinham a atenção e o cuidado de toda a
família.
Quando
chegavam aos sete anos, a partir da década de cinquenta, já todos iam à escola.
Mas isso não os impedia, pelo menos, no tempo bom, de ajudarem os pais com o
vivo e outros trabalhos que já pudessem fazer.
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