domingo, 13 de março de 2022

Os jogos que jogávamos - Um, dois, três, macaquinho chinês

Havia uma linha de partida, onde estavam todos os jogadores, à exceção daquele que comandava o jogo e que se encontrava uns metros à frente, encostado, podia ser a uma parede de uma casa. De costas voltadas para os colegas, dizia: - Um, dois, três, macaquinho chinês. Enquanto esta frase era dita, os jogadores deslocavam-se, o mais depressa possível, em direção da parede. Quando a criança que comandava o jogo acabava de dizer esta frase, voltava-se para trás e se visse alguns, a mexerem-se, dizia-lhes: - Tu vais lá para trás; e tu também, e tu também... Os que eram apanhados tinham de voltar ao princípio do jogo. Se não visse ninguém, não podia mandar ninguém para trás e os jogadores iam-se aproximando-se, cada vez mais, da parede. Ganhava o jogo, o primeiro que conseguisse tocar na parede sem ser visto; quem ganhava, passava a dirigir o jogo.

quarta-feira, 9 de março de 2022

Os jogos que jogávamos - puxar à corda

9. Puxar à corda Faziam-se duas equipas, com cuidado, para não ficarem muito desequilibradas, ao nível da força; traçava-se uma linha no chão e cada equipa puxava, com toda a força que tivesse, a corda para o seu lado. Quando um dos jogadores da frente pisasse a linha, a sua equipa perdia. Também, quando um ou vários elementos de uma das equipas caíssem no chão, a equipa perdia.

sexta-feira, 4 de março de 2022

Os jogos que jogávamos - As escondidas

8. As escondidas Escolhe-se um ponto, para o início e o fim do jogo, pode ser junto a um muro alto, à parede de uma casa...Uma das crianças começa a fazer a contagem, contra esse muro ou essa parede, de olhos fechados, para não ver para onde as outras se iam esconder. Contava até dez, até quinze, como se combinava, para dar tempo a que os outros se escondessem. Acabada a contagem, dizia: -Aí, vou eu. Começava a procura. Os que estavam escondidos tinham de sair dos esconderijos e chegar ao sítio do jogo sem serem apanhados. Se alguém era apanhado, enquanto fugia ou enquanto estava escondido, perdia e passava a apanhar os outros. Muitas vezes, quem estava a apanhar não apanhava ninguém e tinha de continuar a contar e a apanhar.

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Os jogos que jogávamos: a cabra-cega

7. A cabra-cega Jogava-se num terreiro ou num largo, dentro de um espaço que se limitava, antes de começar o jogo. Uma das crianças fazia de cabra-cega, com os olhos tapados, com um lenço da cabeça ou outro pano. Quando começava o jogo, a cabra cega começava a andar de um lado para o outro, para tentar apanhar alguém. Mas, era uma tarefa difícil, porque as outras crianças faziam tudo para a desorientar e não serem apanhadas: aproximavam-se, afastavam-se, tocavam-lhe e diziam-lhe: - Cabra-cega! Cabra-cega! Não me apanhas, não me apanhas! Quem fosse apanhado pela cabra-cega passava para o seu lugar e recomeçava o jogo. Durante o jogo, se a cabra-cega saísse do espaço marcado ou fosse contra qualquer coisa que se visse que se podia magoá-la, tinha de ser avisada.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Os jogos que jogávamos - o lencinho

6.O lencinho Os jogadores faziam uma roda, com as mãos atrás das costas ou com os braços caídos. A pessoa que ia lançar o lencinho começava a correr pelo lado de fora da roda e dizia: - Aqui vai lencinho, aqui fica lencinho – sem dar sinal, deixava-o cair atrás de alguém e continuava a correr e a dizer: -Aqui vai lencinho, aqui fica lencinho. Se conseguisse dar a volta, chegar junto da pessoa a quem tinha deixado o lenço, sem esta o ter visto, apanhava-o e dizia-lhe: - Perdeste, choco. Mas, se a pessoa percebia, apanhava o lenço e corria atrás de quem lho tinha deitado e se conseguisse apanhá-la, antes, de chegar ao seu lugar, dizia-lhe: - Perdeste, choco. Também, se alguém da roda avisasse a pessoa que tinha o lenço atrás e fosse vista pela pessoa que o tinha colocado, ia para o choco. Quem ia para o choco, ia para o meio da roda, punha-se de cócoras, à espreita, para poder apanhar o lencinho, quando caísse atrás de alguém ou à espera que outra pessoa perdesse.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Os jogos que jogávamos - o charrás das três pedrinhas

5. O charrás das três pedrinhas Desenhava-se um pequeno quadrado, em qualquer lado, traçavam-se as diagonais e dividia-se ao meio, na vertical e na horizontal. Ficavam nove pontos de jogo, a contar com o do centro. Cada jogador tinha três pedrinhas (distintas um do outro, para não se confundirem) que podia movimentar, nos pontos de jogo, tentando colocá-las em linha, podia ser na horizontal, na vertical ou na diagonal. Os dois jogadores tentavam anular as jogadas um do outro; quase sempre, neste jogo, tinha vantagem quem colocava a pedra no centro, porque tinha mais hipóteses de fazer combinações ganhadoras.

domingo, 23 de janeiro de 2022

Os jogos que jogávamos - o charrás

4 O charrás É um jogo com muitas regras, mas todas as meninas o aprendiam rápido. Podia ser jogado por duas ou mais crianças. Com um pau ou um prego grande, desenhava-se no chão o charrás. Havia dois desenhos de charrás: - Num, começava-se por desenhar um pequeno quadrado central; de cada vértice, tirava-se uma linha e uniam-se os vértices, dando origem a quatro casas. No exterior de uma delas, desenhavam-se três casas retangulares, na vertical – onde se iniciava o jogo. - No outro, desenhavam-se oito casas retangulares: duas na vertical; três na horizontal; uma (ao centro) na vertical; e duas na horizontal. Jogavam-se com uma “cheta”, um pedacinho de telha. Lançava-se a cheta para a primeira casa e, ao pé-coxinho, arrastava-se, de casa em casa, até se chegar à última. Terminada a primeira volta, lançava-se a cheta para a segunda casa e, assim, sempre, da mesma maneira, até chegar à última casa do charrás; a seguir, jogava-se ao contrário, da última para a primeira casa. Quem terminasse começava a ganhar casas: em pé, de costas para o charrás, lançava a cheta e se calhasse dentro de uma casa ganhava-a; a casa ganha tinha de ser assinalada, podia ser com a inicial do nome da menina que a tinha ganho, a partir dessa altura só ela podia passar nessa casa. Perdia-se, se a telha, ao ser lançada, não caísse na casa certa, ou se, ao jogar de casa em casa, a jogadora pisasse os riscos ou a cheta não fosse para o lugar certo; nessa altura, dava o lugar a outra menina e ficava à espera até voltar a ter vez e poder recomeçar na casa onde tinha perdido. O jogo terminava quando todas as casas estivessem assinaladas; ganhava quem tivesse mais casas.