O calendário religioso
Há uma
prática religiosa, já não tão marcada e tão diária, como antigamente, mas ainda
assim, participante, nas missas, festividades e rezas que, ao longo do ano, a
igreja celebra.
A
missa dominical
Todas as
pessoas, de cá e das anexas, iam à missa do domingo. Era o dia mais importante
da semana e pode dizer-se que continua a ser. As missas são participadas, há um
grupo de leitores, um grupo que canta, às vezes acompanhado pelo órgão, e
ministras da comunhão.
As
cinzas
As cinzas
são o primeiro ritual da Quaresma; toda gente nesse dia vai à missa receber as
cinzas. As cinzas recordam o sentido, último, da vida de todo o cristão, viemos
do pó, viemos do nada, e regressaremos ao nada.
As
cruzes / A via-sacra
Durante a
Quaresma, ainda hoje, se reza na igreja a via-sacra, normalmente, são cruzes
lidas a partir de um livro, com leituras e meditações, umas vezes mais breves,
outras vezes mais longas, em cada uma das estações. São rezadas, acompanhando
com o olhar as imagens da via-sacra que estão nas paredes da igreja.
Havia
pessoas que sabiam rezá-las de cor. Recordo umas cruzes, muito bonitas, rezadas
pelo senhor Vicente Rodrigues, penso que em verso, contavam toda a via
dolorosa, desde a condenação à morte, até ao sepulcro. Quando este senhor dizia
as cruzes, toda a gente ia, a igreja enchia-se. Talvez, já ninguém as saiba, se
tenham perdido, como muitas outras coisas rezas.
As
confissões
Durante o
período da Quaresma, fazem-se as confissões. Chamam-lhe também a “desobriga”,
porque todos os católicos têm a obrigação de se confessarem, pelo menos, uma
vez por ano. Vêm as pessoas do Espinhal e da Quinta do Clérigo, antigamente,
toda a gente se confessava, eram vários senhores padres, durante várias horas,
e depois celebravam a missa.
Agora, a
gente é muito pouca, vêm dois ou três senhores padres e depressa terminam de
confessar.