sexta-feira, 10 de abril de 2020

Os móveis - mesas, bancos, cadeiras e armários


Os móveis

Os móveis não eram para vista, serviam as necessidades básicas das pessoas, fossem as mesas, os bancos e as cadeiras, fossem os armários, as arcas e as camas.

As mesas, os bancos e as cadeiras

Na cozinha, havia uns "moxos", os mais grosseiros tecidos com palha e os mais finos tecidos com junça. Também, havia cadeiras baixinhas, para se poder estar ao lume, com tampo de madeira ou tecidas como os bancos.
A mesa era pequena, dava para pôr lá o comer e pouco mais; até daria para se comer na mesa, porque os bancos também eram baixos, mas, nesse tempo, comia-se muita vez com a tigela ou o prato no colo, sentados nos "moxos" ou no banco do canto.
Nas salas, havia uma mesa grande com cadeiras e, em algumas casas, encostado a uma parede da sala, havia aqueles bancos madeira, compridos e fortes, que davam para se sentarem quatro ou cinco pessoas ao mesmo tempo.

Os armários

Nesse tempo, os armários eram feitos por medida por um carpinteiro, conforme se podia; havia a cantareira, o armário da cozinha e o armário da sala.
O armário da sala era para a loiça melhor, feito na parede, de prateleiras e portas de madeira, na parte de baixo, com prateleiras e portas de vidro, na parte de cima. Mais tarde, eram aqueles guarda-loiças, com armário e cristaleira, que quase todas as pessoas tinham.

As

terça-feira, 7 de abril de 2020

Loja do vivo - cortelho, poleiro, palheiras...



O cortelho

Junto às casas, numa parte do curral ou debaixo da parte de cima da varanda ficava o cortelho do porco. Tinha uma cortelha limpa, onde o porco dormia, e outra parte maior, com as pias, pedras escavadas, com fundura suficiente para deitarem as viandas. 

O poleiro

Havia também o poleiro das galinhas, quase sempre, debaixo das escadas das varandas. Era um espaço pequeno, mas, ainda assim, com uma porta e um janelo. A porta era para entrarem e saírem as galinhas, quando se abriam de manhã e se fechavam à noite; e o janelo era para entrarem, subindo por uma tábua, as galinhas que, durante o dia, iam ao ninho pôr o ovo.
Nas casas, que não foram totalmente reconstruídas, ainda é possível ver estes poleiros e estes cortelhos; causa admiração como é que no espaço de uma varanda cabia tanta coisa.

As palheiras ou lojas

As palheiras eram casas pequenas, junto às casas de habitação, para guardar o feno e a palha que os animais comiam de inverno; mas podiam ser também utilizadas para pôr a "tulha" das batatas, a arca do pão, a barrica do vinho, a maceira..., o que fosse preciso. 

Os moinhos de pedra

Algumas famílias tinham moinhos de pedra, nalguma loja ou palheira, para moerem milho. O milho servia para fazer papas de carolo, um alimento comum nessa altura.




domingo, 5 de abril de 2020

A loja do vivo, o curral e o cabanal



A loja do vivo

Os animais viviam paredes meias com as pessoas. Uma loja podia ter vacas, cabras, uma burra, arcas com coelhos...; havia uma manjedoura, onde se deitava a comida e um sítio para a guardar.
Muitas lojas estavam divididas em duas partes, uma era do vivo e a outra para servir como palheira ou arrecadação.

O curral

Junto à casa, quase sempre, havia um curral maior ou mais pequeno, para guardar o carro das vacas, a lenha do lume e a cama do vivo; havia também, muitas vezes, um tronco com um machado espetado em cima, para cortar lenha, fosse para o lume, fosse para a cama dos animais.

O cabanal

 Era como um curral, servia mais ou menos para o mesmo, mas com um telhado que resguardava da chuva e do vento tudo o que se pusesse lá.


quarta-feira, 1 de abril de 2020

As casas - a varanda



A varanda


A varanda era de pedra, com a parte de cima e as escaleiras, quase sempre largas. Tinham, também, umas pedras a resguardar, chamavam-lhes as “guardas da varanda”; poucas tinham grades de ferro.
Nas varandas, podia-se pôr o que fosse preciso que ninguém levava nada. Passava-se muito tempo nas varandas, a conversar uns com os outros; no verão, então, estavam cheias de gente, até tarde.
O espaço por baixo da varanda era, muitas vezes, aproveitado para fazer o "cortelho" do porco e o espaço, por baixo das escadas, para fazer o poleiro das galinhas.


segunda-feira, 30 de março de 2020

As casas -a sala, os quartos e o sobrado


A sala

Era a divisão maior da casa, com uma janela ou mais, sempre dependia das posses da pessoa, com uma mesa grande, cadeiras e um armário para a loiça, feito numa das paredes, com portas de madeira e vidro, e ainda uma ou mais arcas. Muitas vezes, das salas entrava-se para quartos interiores da casa.

Os quartos

Os quartos eram pequenos, em muitos, cabia à justa uma barra de ferro ou uma cama feita com bancos e tábuas que as pessoas faziam para pôr a enxerga. Não havia espaço para mais nada, até a candeia, para terem luz para se deitarem, se pendurava na parede ou no “frexal”. Mesmo os quartos, que tinham porta para o corredor, muitas vezes, eram pequenos e sem luz.

O sobrado

Nem todas as casas tinham sobrado, as mais pobres não eram forradas; mas, nas que tinham forro e a madeira dava segurança, utilizava-se o sobrado para arrecadação.

sexta-feira, 27 de março de 2020

As casas - a cozinha e o alçapão


  

A cozinha

A cozinha era muito pequena, com a chaminé, quando existia, nem todas tinham, um lar, uma pedra grande, para o lume, o canto para a lenha e um armário para a loiça, algumas vezes, até sem portas, apenas com cortinas de pano. Todas as chaminés tinham umas cadeias, para se porem as panelas e os caldeiros ao lume, e uma "pilheira" para se colocar a cinza. Tinham também um caniço para se pôr o enchido, feito logo quando se forrava a cozinha. A luz entrava por um janelo ou uma janela pequena.

O alçapão

No canto da lenha, a uma ponta, ou noutro sítio da cozinha, havia casas que tinham um alçapão. Era uma porta quadrada, pequena, que se levantava e dava para uma escada que descia para a loja. Nos dias de chuva ou de muito frio, podiam utilizar o alçapão, quando iam tratar do vivo ou a buscar qualquer coisa.

terça-feira, 24 de março de 2020

As casas - o corredor, a cantareira e o lavatório


Ainda que houvesse casas rasteiras, a maioria era de rés-do-chão, onde ficava a loja do vivo, e primeiro andar, onde viviam as pessoas. Construídas de pedra, tinham telhados com traves e "caibros" de madeira grossa e soalho, divisões e forro com tábuas mais finas. Nalgumas casas, a madeira era pintada.

O corredor


No corredor, ficava a cantareira, o lavatório e ainda as portas de entrada para a cozinha, a sala e podia ser, nas casas maiores, para um ou outro quarto.

A cantareira


Quase todas tinham à entrada um corredor com uma cantareira, onde colocavam os cântaros da água. Por cima dos cântaros, duas ou três prateleiras, para colocar loiça ou outras coisas, com portas, cortinas de pano ou sem nada. Por baixo dos cântaros, ficava um espaço para baldes, para o caldeiro das viandas, colocado numa espécie de estrado, feito em palha, para não queimar o "solho" e também o sítio para a cesta das batatas ou outra coisa que se precisasse de colocar lá.

O lavatório


Também, junto à cantareira, ficava o lavatório; havia-os com uma bacia, um espelho e um balde para apanhar a água ou só o lavatório com sítio para a bacia e a toalha; a água deitava-se logo para a rua ou para o curral.